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Rendimento maior na soja e liderança na produção de milho

Plantio da soja e do milho passa da metade da área em Goiás


Agricultores da Região Central ampliam potencial produtivo da oleaginosa e assumem a ponta com o cereal neste verão

Dois importantes passos estão sendo dados na região central do Brasil nesta safra de verão: a elevação da produtividade da soja em Goiás e Minas Gerais e a sustentação de uma área de milho cada vez mais importante para o mercado interno, especialmente nas lavouras mineiras. A Expedição Safra Gazeta do Povo verificou na última semana, numa viagem de 3 mil quilômetros, que os dois estados mostram-se animados pela elevação dos preços das commodities e, apesar de terem recebido menos chuva que o normal nos últimos meses, têm previsão de clima favorável à agricultura até a colheita.

Lavouras de regiões com 600 a 950 metros de altitude se especializam na oleaginosa, com rendimento médio de 2,95 mil quilos por hectare – até 4% maior que o do ano passado e mais próximo da produtividade que deve ser alcançada no Paraná. Além disso, Minas assume o posto de maior produtor nacional de milho de verão, com perto de 6 milhões de toneladas – 19% da safra brasileira, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 31 milhões de toneladas. A área do cereal no estado deve se manter em 1,15 milhão de hectares, com média de 5,9 mil quilos por hectare – 34% a mais que a média brasileira de 4,4 mil kg/ha alcançada ano passado.

Em Goiás, o plantio da soja e do milho passa da metade da área, com campos do Sudoeste em fase de conclusão. Em Mi­­nas, a tarefa deve estar finalizada em dois terços da área de cultivo dentro de uma semana. Houve atraso no início do plantio e, na comparação com ano passado, quando foi possível adiantar o serviço, a diferença chega a três semanas. Mas, en­­quanto parte dos produtores teme que o problema afete a produtividade, outros demonstram otimismo.

Com 630 hectares reservados à soja em Rio Verde (GO), Célio Borges espera que a produtividade passe de 3 mil para o intervado de 3,6 a 4 mil quilos por hectare. Ele deve terminar o plantio nesta semana. Mesmo com certo atraso por causa das chuvas, considera que ainda está na melhor época do ano. A expectativa de avanço no rendimento – sobre um índice invejável, acima da média nacional de 2,9 mil quilos por hectare – está relacionada ao clima. “Ano passado choveu muito, faltou luz do sol para a soja. Neste ano também vai chover bastante, mas esperamos ter mais luminosidade.”

O produtor Pedro Divino Peres de Moraes, da mesma região, afirma que o atraso no plantio pode reduzir o rendimento das lavouras em até 20%. Ainda assim, espera 3,3 mil quilos por hectare, 350 quilos ou 11% a mais que a média de seu estado. A previsão de quebra está relacionada à pressão das doenças que normalmente ocorrem no final do ciclo. O problema será a falta de tempo para semear milho na safrinha, adianta.

As regiões que tiveram complicações ano passado e, neste ano, melhor preparadas e com clima mais favorável, podem ter ganho de produtividade, se estendem a Minas Gerais. Juliano Zancanaro, de Unaí, na divisa com Goiás, prevê que o rendimento da soja vai evoluir de 2,8 para 3 mil quilos por hectare. “Ano passado tivemos problema com a ferrugem”, explica. O milho, que sofreu com veranicos, tende a evoluir de 8,6 mil para 9,6 mil quilos por hectare.

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