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Renegociação de dívidas no arroz será concretizada na próxima semana

Medida valerá para custeios atuais e antigos além dos investimentos


Os produtores de arroz devem receber no próximo dia 28 a notícia de um parecer positivo em relação à renegociação do prazo de vencimento das dívidas de crédito rural vencidas e a vencer, correspondentes a custeio e investimento. A expectativa é de um prazo de cinco anos para os custeios 2015/2016, e para investimentos e custeios antigos, passando o pagamento das parcelas de 2016 para depois do último ano do contrato firmado com as instituições financeiras.
 
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, esteve em Brasília nos últimos dias em conversas com dirigentes do governo federal. Informa que o arroz deverá ser umas das poucas culturas a serem contempladas devido ao risco futuro de desabastecimento e principalmente pela qualificada Apresentação dos dados, fundamentos e justificativas para as negociações, todos oriundos do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). "Os produtores devem procurar os agentes financeiros para indicar se estarão ou não aderindo à negociação, quer seja pelo Manual de Crédito Rural (MCR) normal, ou a referida renegociação. É muito importante dizer que a ação não será generalizada e somente aqueles que realmente tiveram problemas terão acesso. O prazo para adesão é até 30 de dezembro", explica. 

Os produtores mais atingidos pelos problemas climáticos naquelas cidades onde foram decretadas e reconhecidas situação de emergência, terão acesso à renegociação de forma mais simplificada. Os demais, em cidades sem o decreto, serão contemplados pelo processo normal amparado pelo MCR. Conforme o presidente da Federarroz, o momento é de preocupação do Ministério da Agricultura em efetivar a renegociação para dar fôlego aos produtores, para que esses assegurem a mesma área plantada do ano passado. Entretanto, alerta que os produtores precisarão adotar uma nova postura, muito mais firme e determinada, principalmente para os casos de bancos privados. Caso comprovada as perdas na safra, o produtor possui o direito de recorrer ao MCR. "Assim, a via judicial infelizmente poderá ser a única alternativa, pois o MCR possibilita renegociação nos mesmos moldes acima. Ou seja, o produtor deverá enfrentar o banco para buscar o que tem direito", sugere.
 
Sobre o mercado, Dornelles avalia que os preços vem batendo recordes históricos para a sorte dos produtores que ainda possuem produto para vender. Lembra que, depois de experimentar uma depressão nas cotações totalmente inexplicável pela oferta equilibrada, mas motivada por alguns operadores em função dos vencimentos de safra, somente agora  o mercado recentemente chegou ao custo de desembolso com arrendamento para quem colheu dentro da média de sete mil quilos por hectare. "Isso quer dizer, na média, que somente agora os produtores arrendatários passaram a capitalizar-se rumo ao custo total de produção para posteriormente realizar o sonhado lucro", observa. 
 
Entretanto, o dirigente reforça que o produtor deve realizar vendas escalonadas para manter o mercado abastecido e assim manter o saldo médio em evolução em igual compasso com o gradual aumento das cotações em virtude da oferta equilibrada. "Isso seria positivo pois além de estar permanentemente o mercado buscando um patamar mais alto, manteria mais uma vez o consumidor abastecido evitando qualquer pretensão negativa de alguns agentes que já pressionam alegando certa escassez na oferta", avalia Dornelles.
 
Nas reuniões em Brasília a entidade foi enfática ao defender que não há risco de desabastecimento pelo menos em 2016. Conforme dados do Irga, a queda na safra de arroz no Rio Grande do Sul é de 16%, com colheita de 7,3 milhões de toneladas. Cerca de 31 mil hectares registraram perdas e a produtividade média no Estado ficou em 6,93 mil quilos por hectare.

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