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Reportagem esclarece questões sobre uso de defensivos agrícolas

Setor do mamão sofre com falta de registro para cultura


Setor do mamão, como outras frutas, sofre com falta de registro para cultura

Uma reportagem publicada na última semana pela Revista Veja esclarece pontos importantes sobre a utilização de defensivos agrícolas no Brasil. Intitulada de “A Verdade sobre os Agrotóxicos”, a matéria alerta sobre as conclusões de um estudo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgada na mídia nacional, sobre a contaminação de alimentos.

“Estariam os brasileiros, então, intoxicando-se perigosamente cada vez que levam o garfo à boca e arriscando uma doença grave no futuro? Definitivamente, não. Quando se esmiúça o relatório, vê-se que muito do receio que ele provocou é exagerado ou infundado”, diz a matéria. A revista conversou com profissionais renomados do setor de toxicologia e agronomia, que destacaram, entre vários pontos, que apenas 3,6% dos produtos avaliados revelaram teor de agrotóxicos acima do limite máximo de resíduos (LMR), índice que determina o consumo sem riscos a saúde.

Os 24,3% das amostras que apresentaram presença de defensivos não autorizados não significa que os produtos eram ilegais. São comercializados legalmente no país, porém não são registrados para a cultura que foi aplicada. Como o processo é oneroso para o fabricante, as empresas preferem investir em produtos que serão vendidos aos grandes produtores. “Assim, quando não há defensivo registrado para eliminar pragas que atacam uma cultura pequena, o produtor se vê obrigado a recorrer a um defensivo não autorizado, mas que traz o princípio ativo do qual ele necessita”, explica Celso Omoto, professor da Faculdade de Engenharia Agronômica da Universidade de São Paulo.

Mamão

Entre os produtos analisados pelo estudo da Anvisa está o mamão. Cerca de 30% das amostras analisadas apresentaram problemas, o que não representa risco à saúde. Para o engenheiro agrônomo e consultor agrícola da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), José Roberto Macedo Fontes, é preciso destacar dois pontos importantes nesse estudo. “O primeiro é que um dos problemas verificados no estudo são os defensivos aplicados na cultura do mamão que não são registrados para a cultura, o que não quer dizer que são ilegais ou maléficos. São usados com o mesmo fim em outras atividades, mas na fruticultura não existe esse registro”, destaca.

O segundo fator é que as amostras que foram constatadas com defensivos acima do permitido são poucas e os valores encontrados acima do limite máximo de resíduos (LMR) são mínimos. “A margem de segurança do LMR é muito grande e o teor encontrado é muito pequeno. Não justifica dizer, puro e simplesmente, que os alimentos estão contaminados. Mesmo porque, uma contaminação aguda seria remota”, afirma Fontes.

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