Representantes da Famato se reúnem com pecuaristas de Vila Rica
Segundo a direção do Frigorífico Quatro Marcos, o não-fornecimento da matéria-prima compromete o giro comercial do frigorífico, o que pode acarretar prejuízos econômicos e retardar o pagamento dos produtores
A diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso – Famato se reuniu na manhã desta terça-feira com produtores rurais da região de Vila Rica (1.259 km de Cuiabá). Os produtores, inconformados por não terem recebido seus créditos pelo fornecimento de animais ao Frigorífico Quatro Marcos, que estão na faixa de R$ 12 milhões, bloquearam a BR-158 que dá acesso à unidade frigorífica, como forma de protesto.
Como uma tentativa de se chegar a um acordo, foi realizada na tarde dessa segunda-feira (13), uma reunião com a entidade representativa do setor produtivo (Famato) e do grupo frigorífico. Sem muita proposta, os diretores da empresa frigorífica Quatro Marcos, que possui seis unidades (Alta Floresta, Colíder, Cuiabá, Juara, São José dos Quatro Marcos e Vila Rica) no estado, querem que os produtores rurais da região de Vila Rica continuem fornecendo bois para abate.
Eles alegam que o não-fornecimento da matéria-prima compromete o giro comercial do frigorífico, o que pode acarretar prejuízos econômicos e retardar o pagamento dos produtores.
De acordo com o presidente da Famato, Rui Prado, a reunião não avançou na medida que o setor desejava. “O ideal para o setor é que os frigoríficos paguem os produtores, ou parte da dívida, para que depois retomem o fornecimento dos animais”, enfatizou.
Bloqueio – A manifestação pacífica teve início no dia 5 de abril. Mais de 200 produtores bloquearam a estrada que dá acesso à unidade frigorífica. A intenção dos manifestantes foi bloquear a entrada de caminhão de bois para que os animais não fossem abatidos.
Logo no início da manifestação, os produtores estiveram reunidos duas vezes com diretores do grupo, mas não conseguiram chegar a um acordo.
Eles também haviam registrado uma carta de repúdio contra o frigorífico. “Neste momento nos encontramos de mãos atadas pela figura caótica e famigerada do engodo, a qual vem revestida e disfarçada em nome de ‘recuperação judicial’, que por sua vez tem a finalidade de salvaguardar o princípio do fim social da empresa em situação de recuperação”.
Passeata – Preocupados com a situação que já vem se arrastando há mais de 15 dias, comerciantes da cidade de Vila Rica aderiram à manifestação e fecharam as portas como forma de protesto. Segundo o presidente do Sindicato Rural da cidade, Ivan Pelissari, a insegurança econômica no município se instalou de maneira geral. “O comércio da cidade também tem sentido o reflexo da crise econômica”, frisou o presidente.