A primavera começou com temperatura amena e chuva esparsa em todo o Estado de São Paulo, decorrentes de uma frente fria. A temperatura mínima chegou a 8 graus em Itapeva e São José do Rio Pardo e a máxima não passou de 26 graus na maioria das localidades. Choveu em praticamente todo o Estado, mas a precipitação acumulada na semana ficou abaixo de 20 milímetros, com volumes acima dessa marca apenas em Iguape e em São José do Rio Pardo.
Apesar da chuva, as reservas de água no solo continuam baixas, mas a regularidade da precipitação nas últimas três semanas tem mantido a deficiência hídrica em níveis baixos na maioria das regiões. A condição atual difere do padrão observado no mesmo período do ano passado, quando a umidade do solo estava em torno de 10% da capacidade máxima de armazenamento e fazia muito calor, com máximas acima de 32 graus em todo o Estado.
O tempo tem favorecido os cafezais, pois a temperatura amena e a chuva regular reduzem o stress sobre as plantas, assegurando maior vigor nas fases de florescimento e formação da produção.
Apenas em Barretos, Votuporanga, Ilha Solteira e Presidente Prudente a chuva ainda não trouxe benefício para as pastagens. Nas demais localidades a situação é melhor, com baixos déficits hídricos e rebrota dos pastos, que amenizam as dificuldades dos produtores de leite, pressionados pela queda de preços em plena entressafra.
TRIGO, CANA E FEIJÃO
Triticultores do sul paulista e do Vale do Paranapanema que já iniciaram a colheita também sofrem com o baixo preço do produto, resultado da elevação da oferta por causa das importações.
As chuvas também têm dificultado a colheita da cana-de-açúcar em Piracicaba, Jaú e Ribeirão Preto e o tempo nublado pode acarretar queda na concentração de açúcar, baixando o rendimento industrial da cana. Em contrapartida, as áreas já colhidas têm melhores condições para rebrota das soqueiras. Para os produtores de feijão de Itapeva, Itapetininga e Capão Bonito a condição é inversa, pois as chuvas já permitem o preparo do solo e a semeadura e os bons preços do produto - quase o dobro da safra passada - animam os produtores.
*Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para mais informações sobre tempo e clima, acesse www.agritempo.gov.br
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