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Resgate da biodiversidade alimentar é tema de seminário em Barão

Um público de mais de 200 pessoas para a primeira edição do Seminário Resgate da Biodiversidade Alimentar à Sua Mesa.


Um público de mais de 200 pessoas lotou o Centro Comunitário São José, em Barão, para a primeira edição do Seminário Resgate da Biodiversidade Alimentar à Sua Mesa. O objetivo do evento, ocorrido na quarta-feira (09/11), foi o levar ao público uma pequena mostra da agrobiodiversidade nativa local que pode ser utilizada na alimentação. A atividade também buscou promover a alimentação acessível e saudável, baseada em recursos locais e que pudesse eventualmente estar esquecida ou mesmo ser desconhecida das pessoas.

Organizado pela Emater/RS-Ascar, Prefeitura Municipal, secretarias de Educação e Cultura e Saúde e Assistência Social e Centro de Referência da Assistência Social (Cras), o Seminário contou com palestra sobre o tema ministrada pelo engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar Paulo Conrad. No local também foram disponibilizadas bancas para troca de sementes crioulas e mudas nativas de plantas frutíferas, ornamentais e flores, além de mostras de plantas alimentícias não convencionais (Pancs) e degustação de receitas.

A intenção, de acordo com a extensionista social da Emater/RS-Ascar Márcia Bondan foi realizar um evento que tivesse caráter educativo e que possibilitasse aos envolvidos a troca de experiências e de conhecimentos sobre os temas abordados, além de esclarecimento de dúvidas. "A atividade foi muito dinâmica, com diversas bancas que também apresentavam técnicas agroecológicas para compostagem, plantas bioativas, ou mesmo dicas como os 10 passos para uma alimentação saudável", enfatizou.

Entre as participantes estava a agricultora Maria da Penha Bonfante, da localidade de Vila Rica. Ao lado do marido Inácio e da cunhada Rosa Giovanella - também presentes no encontro - trabalha com produtos agroecológicos há mais de 40 anos. "Temos, certamente, mais de 100 variedades entre frutas, verduras, chás e plantas condimentares em nossa propriedade", salienta Maria. Aos 66 anos, garante jamais ter tomado algum remédio químico para curar qualquer doença. "Ontem mesmo tive uma pequena azia e resolvi rapidinho com chá", sorri.

Orgulhosa daquilo que produzem - e que há até três anos atrás era entregue para uma grande rede de supermercados de Porto Alegre - Maria brinca que até os peixes produzidos nos açudes da família são livres de qualquer agroquímico. Sobre as técnicas naturais, elas podem envolver o uso de cobertura verde, nutrição do solo e utilização de caldas naturais. "É uma ideia que está tão enraizada na nossa família, que acaba sendo natural", salienta, celebrando o fato de que hoje em dia a mídia tem contribuído, ao chamar mais a atenção para o tema.

As observações de Maria estão diretamente relacionadas à palestra realizada por Conrad. Para o agrônomo, parece haver, atualmente, uma perda de valores que eram caros aos produtores rurais há algumas décadas. "Hoje em dia há uma forte mudança de hábito não apenas na alimentação, com a compra de produtos industrializados, mas também no que diz respeito à transmissão dos conhecimentos, com agricultores deixando de lado a produção de sabão, de cabos de vassoura ou enxada e mesmo de porongos para o chimarrão", exemplifica.

O evento contou com a participação de produtores integrantes das chamadas públicas da Agroecologia e do Leite - ambas operacionalizadas pela Emater/RS-Ascar, por meio de convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) -, estudantes, extensionistas e agricultores em geral. Também estiveram presente a assistente técnica regional da Área Social da Emater/RS-Ascar, Rafaela Sais e o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Barão, Laudir Abel.

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