Ainda não há data para a divulgação dos exames de transgenia das amostras de soja coletadas pela Polícia Federal em indústrias e cooperativas da região Norte do Rio Grande do Sul. A investigação, feita a pedido do Ministério Público Federal, vai resultar na apreensão dos grãos em que for constatada a presença de transgênicos. O procurador da República em Passo Fundo, Juarez Mercante, disse ontem (17-02) que, tão logo a Polícia Federal conclua o inquérito, os estabelecimentos que mantinham produtos transgênicos em seus depósitos serão denunciados à Justiça.
Conforme Marcante, desde 1997 o Ministério Público Federal de Passo Fundo vinha denunciando agricultores pelo plantio de grãos transgênicos. Alguns destes processos ainda tramitam na Justiça e em pelo menos um deles já houve sentença condenando o produtor. A pena para o crime é de um a três anos de prisão. O superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, Rubens Fockink, disse ontem que a PF vai se ater aos pedidos requisitados pelo Ministério Público. "Não vamos promover uma devassa nem caça às bruxas no caso dos transgênicos", disse Fockink.
Para o superintendente, a partir de agora a PF vai se abster de comentar a investigação devido à polêmica do caso e porque está sub júdice. Porém Marcante afirmou que as investigações vão prosseguir e que a PF vai apreender toda a soja que os exames comprovarem ser transgênica. "A lei proíbe e a fiscalização sobre os produtos transgênicos também é atribuição da Polícia Federal", observou Marcante.