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Resultados do Plano de Armazenagem devem ser percebidos em 2013

Problemas como o milho a céu aberto poderiam ser evitados


O Plano Nacional de Armazenagem de produtos agrícolas do Brasil visa corrigir um déficit histórico da capacidade de armazenar de produtos como soja e milho, segundo o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, devendo apresentar seus primeiros resultados já no ano que vem. Na avaliação de Ribeiro, toda a crise que o país enfrentou até agora foi por falta de armazenamento de muitos e muitos anos. Já que com maior capacidade de armazenagem os produtores podem, por exemplo, aproveitar os melhores momentos do mercado para comercializar o seu produto. Além disso, problemas como os registrados em Mato Grosso, onde o milho por vezes é armazenado a céu aberto, poderiam ser evitados.


O ministro revelou também que está providenciando algumas licitações emergenciais de projetos, no âmbito do plano nacional. Tanto, que ele está conversando com governadores para tentar lidar com o problema. Segundo ele o governador de Mato Grosso, por meio da Famato, fez um levantamento do que precisaria para ter armazenagem para toda a sua produção. O ministro admitiu ainda a possibilidade de vender armazéns em áreas que não há um aproveitamento pleno, para aplicar os recursos em regiões com maior demanda.

De acordo com o economista Daniel Latorraca, gestor do Imea, a safra mato-grossense de grãos 2012/13 tem indicativos de recordes de falta de infra-estrutura de armazenagem, com déficit de estocagem de mais de 17,42  milhões de toneladas. Sendo necessário investimentos de cerca de US$ 1,7 bilhão, ou mais de R$ 3 bilhões para mudar esta realidade. Conforme o levantamento do Imea, a capacidade atual de armazenamento comporta 28,21 milhões de t. Sendo que a capacidade estadual hoje deveria ser de 45,64 milhões de t para dar amplo acondicionamento à safra 2012/13 estimada em 38,03 milhões de t que, suplementada em 20%, exige capacidade estática de mais 45 milhões.


A Aprosoja Brasil projeta para a temporada 2012/13 uma produção de 83 milhões de t em 27,5 milhões de hectares plantados, números que se confirmados garantirão incremento de 14% e 10%, respectivamente, sobre o ciclo anterior. Conforme o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, é esperado que o clima ajude o país a atingir as projeções, passando os Estados Unidos, maior produtor mundial de soja, o que dará mais visibilidade ao Brasil. Contudo, ele diz ainda que a armazenagem é a maior preocupação, caso a safra recorde se confirme. “Se Mato Grosso tem atualmente déficit de 20%, imagina com 5 milhões de t a mais desta safra?” Silveira acredita que alternativas emergenciais devem ser utilizadas.

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