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Reunião do G4 fracassa e põe em risco futuro de Doha

Os temas agrícolas são apontados como motivo do fracasso da conversação


As negociações entre Brasil, União Européia, Estados Unidos e Índia na Alemanha, destinadas a aproximar as posições dos países para que um avanço na Rodada de Doha fosse possível, fracassaram nesta quinta-feira (21-06), colocando novamente em dúvida o futuro da rodada de liberalização comercial.

Sem um acordo entre os países do chamado grupo G4 de potências comerciais, a Rodada de Doha pode ficar congelada por vários anos, disseram autoridades e diplomatas.

"Potsdam não foi muito bem-sucedida", afirmou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, durante uma entrevista coletiva conjunta com o ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath, depois que a reunião foi encerrada, antes do previsto.

"A reunião do G4 fracassou. Obviamente não houve acordo entre as posições dos países", havia dito uma porta-voz do Ministério do Comércio indiano pouco antes.

Celso Amorim afirmou que os temas agrícolas, incluindo a discussão sobre o tamanho dos cortes nos subsídios que têm provocado distorções no comércio destes produtos, novamente foram o motivo do fracasso da conversação.

"As conversas terminaram sem um acordo", disse uma autoridade do bloco europeu.

Os representantes dos países do G4 estavam reunidos em Potsdam, no palácio Schloss Cecilienhof, onde líderes aliados se reuniram para discutir o futuro da Alemanha após a 2a Guerra Mundial.

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, havia alertado antes do encontro que, sem um avanço crucial nas posições dos países, a Rodada de Doha, lançada há mais de cinco anos, poderia ser deixada de lado por vários anos.

A representante comercial dos EUA, Susan Schwab, havia afirmado antes da reunião que o G4 poderia fazer "avanços dramáticos", o que não acabou sendo possível.

No entanto, Kamal Nath, ministro indiano, questionado durante a entrevista coletiva sobre se o fracasso das conversas do G4 significava o fim da rodada, respondeu que "não".

"O processo multilateral continua", acrescentou.

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