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Reunião no DF discute tecnologias e mercado do trigo

A XIV Reunião da Comissão Centro Brasileira de Pesquisa de Trigo discute tecnologias e planeja ações voltadas para o mercado


A XIV Reunião da Comissão Centro Brasileira de Pesquisa de Trigo, que acontece a cada dois anos para discutir tecnologias aplicadas ao cultivo e planejar ações voltadas para o mercado, foi aberta nesta terça-feira (05-12) no auditório da Embrapa Cerrados em Planaltina (DF). A discussão sobre as perspectivas do trigo para o Brasil, tema abordado por Elisio Contini, chefe de gestão estratégica do Ministério da Agricultura, abriu a série de palestras do encontro.

Segundo Gilberto Rocca Cunha, chefe-geral da Embrapa Trigo, a queda na safra do trigo neste ano, motivada pela seca no Paraná e as geadas ocorridas no início de setembro no Rio Grande do Sul, deve forçar o país a gastar aproximadamente 1,5 bilhão de dólares em importações para suprir a demanda do mercado interno. A safra deste ano é estimada em 2,7 milhões de toneladas e o consumo, em expansão no Brasil, deve superar 10 milhões de toneladas de trigo.

Cunha comenta que o país tem grande potencial para produzir trigo e domina as tecnologias, mas continua sendo um grande importador. “O trigo não explode no Cerrado porque há outras culturas com maior retorno econômico para o produtor, como o feijão”, salienta.

O professor Ady Raul da Silva, ex-diretor geral do Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária, órgão extinto com a criação da Embrapa no início dos anos 70, diz que a produtividade do trigo por hectare, há 35 anos, era de apenas 800 kg. Os avanços conseguidos com a pesquisa fizeram a produtividade atingir até 5 toneladas por hectare nas regiões com melhor condição climática.

Elisio Contini traça um futuro promissor para a triticultura, mas salienta que a produção não deve aumentar via subsídios agrícolas ou desvalorização do Real. O chefe de gestão estratégica do Mapa diz que o trigo é um produto com consumo mundial consolidado.

O consumo de trigo no Brasil é movido, segundo conta o especialista, pelo aumento da população e o incremento no poder de compra das classes C e D. A urbanização e a praticidade dos produtos à base de trigo, como o pão francês, também são citadas como propulsoras do consumo interno.

O consumo de trigo no Brasil ainda é modesto se comparado com outros países de economia em desenvolvimento. Em 2003, o Brasil teve um consumo per capita de 51 kg de trigo por ano. Na China o consumo per capita já atinge 67 kg e na Índia chega a 60 kg. Para Contini, o Brasil deve consumir daqui a 10 anos em torno de 14 milhões de toneladas de trigo e atingir um consumo per capita próximo ao indiano.

A Reunião prossegue nesta quarta-feira (06-12) com destaque para o painel “Avaliação das safras de trigo dos anos 2005 e 2006 e perspectivas para a próxima safra” com participação de pesquisadores de diversas instituições. O encerramento do evento será na quinta-feira pela manhã com a ”Consolidação e reformulação das recomendações técnicas para a produção de trigo no Brasil Central – safras 2007 e 2008”. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Cerrados.

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