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Rio Grande (RS) agiliza entrada de cargas e reduz custos

Um novo modelo logístico entra em operação no escoamento da safra de grãos


Um novo modelo logístico entra em operação no escoamento da safra de grãos. As longas filas de caminhões à espera de escoamento da safra de grãos podem estar com os dias contados. Pelo menos no porto gaúcho de Rio Grande. Com a finalidade de diminuir os entraves costumeiros nesta época do ano, representantes dos terminais graneleiros da Termasa/Tergrasa vão colocar em prática um novo modelo logístico, batizado de Sistema Pampa.

Trata-se de uma ferramenta para aumentar as facilidades de escoamento e reduzir os custos. Através dela os clientes agendam o envio de suas cargas destinadas aos dois terminais pelos modais rodoviário, ferroviário ou hidroviário, realizando, assim, a descarga com maior rapidez e segurança.

De acordo com o diretor do complexo, Guilhermo Dawson, os transportadores poderão verificar via on-line, por intermédio de suas placas, os horários de descarga, facilitando para todos o fluxo de veículos. O terminal trabalhará com quatro turnos de recepção 24 horas por dia.

Os três primeiros turnos serão destinados às cargas agendadas e o quarto será o turno flexível, quando serão recebidas as cargas agendadas que não sejam soja gaúcha (soja de outros estados e países, arroz, milho, trigo e outros grãos) e as cargas que, por atraso, perderam seu turno de descarregamento.

O complexo tem capacidade para recepção de 30 mil toneladas/dia, podendo operar, por turno, uma média de 165 caminhões e de 70 a 80 vagões. "Estamos organizando o processo de recebimento, armazenagem e expedição, gerando maior competitividade da cadeia do agronegócio gaúcho e oportunizando aos caminhoneiros que façam suas programações para descargas", diz Dawson. O Sistema Pampa está disponível na internet (www.termasalogistica.com.br).

Há estudos para repassar o modelo aos demais terminais do porto. Pensando nisso, a superintendência do porto gaúcho criou o Comitê de Escoamento da Safra de Grãos do Porto de Rio Grande, com o objetivo, bem mais amplo, de planejar o escoamento da safra de grãos no porto gaúcho. "A meta é buscar soluções para minimizar possíveis gargalos logísticos e dar maior agilidade às exportações", salienta o novo superintendente, Bercilio da Silva.

O porto gaúcho prepara-se para receber e escoar uma das maiores safras de grãos da sua história. A previsão para a soja gaúcha e seus derivados é de 11 milhões de toneladas e mais 200 mil toneladas procedentes do Paraguai. O superintendente informou que estão em fase final os trabalhos de conclusão da dragagem de manutenção para garantir 31 pés no Porto Novo e 40 pés na área do Superporto, onde ficam os principais terminais privados. "O governo estadual já investiu R$ 22 milhões. Em abril vamos iniciar o processo para uma nova licitação para dragagem de manutenção de cinco anos", disse ele ontem a este jornal. Os recursos devem girar entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões.

Outra novidade, já apresentada às transportadoras e operadores portuários, é o novo sistema de pesagem informatizado do Porto Novo, cujas balanças são equipadas com transponders, dispositivos que possuem um circuito integrado que armazenam as informações da movimentação de mercadorias de cada empresa.

Primeiramente será necessário o cadastramento dos veículos das transportadoras que irão operar no porto para que os operadores portuários façam o agendamento de suas cargas, informando o caminhão, motorista, tipo de operação, peso, navio ou armazém e transportadora.

Os dados poderão ser enviados via on-line, não havendo mais a necessidade de o operador ir até o porto. Ao receber os dados o administrador do sistema fará uma análise e emitirá, através de e-mail, resposta ao solicitante aprovando ou não o agendamento. O sistema informatizado foi desenvolvido pela empresa Marca Sistemas. Até agora as balanças eram manuais e estavam sujeitas ao erro humano durante o processo.

Nesta primeira fase, as balanças informatizadas entram em operação apenas na pesagem da carga a granel para posteriormente trabalharem com carga geral. De acordo com o diretor administrativo e financeiro do Porto de Rio Grande, Sinésio Cerqueira Neto, o novo sistema propiciará um controle mais eficaz das cargas, dando maior credibilidade ao cais público. "Estamos investindo na modernização para agilizar os processos e atrair mais cargas", salienta o diretor.

O Porto Novo contava com duas balanças manuais que foram adaptadas para o novo sistema. Além disso, duas novas balanças automáticas foram construídas, estando uma já concluída e outra em fase final. Ao todo foram investidos nas quatro balanças, com recursos próprios da superintendência, cerca de R$ 650 mil.

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