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Rio Grande do Sul negocia exportação de 70 mil toneladas de arroz


O Instituto Riograndense do Arroz (Irga) está negociando a exportação de 70 mil toneladas do produto, disse ontem (08-03) o diretor-comercial da autarquia vinculada à Secretaria da Agricultura do Estado, Rubens Silveira. Se for bem-sucedida, a operação irá marcar o retorno do Rio Grande do Sul ao mercado internacional do arroz após cerca de 30 anos e poderá também ajudar a sustentar os preços recebidos internamente pelos produtores gaúchos.

"Queremos pegar experiência e formar uma tradição exportadora", explicou Silveira. Ele não revela o possível destino nem o preço das 70 mil toneladas, mas adianta que há negociações com países da América Latina, em especial o Chile, e da África. "Podemos exportar de 200 mil a 300 mil toneladas nesta safra", previu. Conforme o diretor, o objetivo, no futuro, é acessar o mercado chinês, que deve se tornar importador de arroz nos próximos anos devido à redução da produção local.

O Irga estima que o Estado irá colher 5,9 milhões de toneladas de arroz na safra que foi aberta oficialmente no fim de semana pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e se estende até o fim de abril. O volume é 26,4% maior que a colheita anterior e corresponde a quase metade da safra brasileira de arroz.

Com a expansão, as entidades do setor temem a queda dos preços e recomendam aos agricultores que não vendam o produto por menos de R$ 33 a saca de 50 quilos, cerca de 10% acima do custo de produção calculado pelo Irga em R$ 29,75. Segundo Silveira, as cotações oscilam hoje entre R$ 33 e R$ 35, e os produtores ficaram "otimistas" com os anúncios do ministro da Agricultura na abertura da safra, em Santa Vitória do Palmar.

Eles incluíram o alongamento por seis meses, a partir de julho, do pagamento de R$ 483 milhões para custeio das lavouras, financiados pelo Banco do Brasil. Rodrigues também comunicou a liberação de R$ 240 milhões em Empréstimos do Governo Federal (EGF) e Cédulas ao Produtor Rural (CPR). Conforme Silveira, as duas medidas permitirão aos agricultores segurar a comercialização de até 2 milhões de toneladas no pico da safra, impedindo a queda dos preços.

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