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Risco de geada chega mais cedo às lavouras de café do Brasil

Expectativas de ondas de frio mais freqüentes neste ano devem manter o mercado atento a partir deste momento


Um alerta de geada para a madrugada de quinta-feira em uma zona de café do Brasil marca um início precoce para a "temporada de geada" na região das lavouras no maior produtor mundial da commodity.

Expectativas de ondas de frio mais freqüentes neste ano devem manter o mercado atento a partir deste momento.

O Brasil está há apenas algumas semanas de começar a colher os grãos de café arábica da safra 2013/14, que correspondem a três quartos da produção do país.

A colheita de café da variedade robusta, cultivada principalmente no Espírito Santo, já começou.

A Somar Meteorologia disse que a região de Poços de Caldas, em Minas Gerais, principal Estado produtor de arábica, podia ver uma geada fraca resultante de temperaturas tão baixas quanto 2 graus Celsius na quinta-feira. Um eventual dano deverá ser desprezível, acrescentou a Somar.

Apenas as árvores mais jovens, mais frágeis e as mais expostas ao vento têm risco de qualquer dano, de acordo com a Somar.

Mesmo com período de geadas de maior risco sendo geralmente no final de julho, o meteorologista da Somar Celso Oliveira disse que o Brasil já tinha entrado no período anual de maior risco de geada.

"Julho é normalmente o mês mais complicado, e houve apenas dois casos de geada no mês de agosto", disse ele à Reuters. "Mas se você olhar para os dados históricos, que já houve eventos extremos no mês de maio."

"A tendência é de que 2013 seja mais frio do que 2012", disse Oliveira.

Massas de ar frio deverão soprar no sul do Brasil com mais frequência a partir da Antártida, disseram à Reuters a Somar e o instituto de meteorologia norte-americano World Weather.

Um maior risco de geada seria compensado por outros fatores, como um aumento cíclico na produção de calor do sol neste ano, que está chegando perto de um pico, disseram os meteorologistas.

As geadas agora são uma ocorrência rara no maior produtor de café do mundo, cujo cinturão do café foi deslocado para áreas de clima mais quentes do Sudeste após uma geada brutal em meados da década de 1970, que devastou lavouras em fazendas no Paraná, região mais fria.

Uma geada atingiu Minas Gerais e algumas das poucas plantações de café restantes no Paraná em 2011, causando danos menores. No entanto, com rendimentos de café do Brasil em alta após uma onda de investimentos, não houve efeito significativo sobre a produção global mais tarde.

Quando a geada consegue danificar os pés de café, ela afeta o tamanho da produção na colheita do ano subsequente, ao invés da atual temporada.

As temperaturas mínimas em Poços de Caldas vão retornar para cerca de 6 ou 7 graus Celsius nos próximos dias, mostraram os dados da Somar, enquanto que as temperaturas mínimas em todas as outras regiões monitoradas permanecerão em níveis de dois dígitos, sem riscos.

O contrato julho arabica na ICE Futures nos EUA subia 0,81 por cento, a 1,4385 dólares por libra-peso, às 14h51 (horário de Brasília).

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