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Rodrigues afirma que cenário da cafeicultura deve melhorar este ano


Estamos desenhando hoje um projeto de longo prazo para o agronegócio brasileiro, enfatizando o planejamento estratégico e nos preparando para atender as novas demandas no que se refere ao consumo mundial de alimentos. A afirmação é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, ao abrir ontem (15-02), no Itamarati, em Brasília, o seminário “Café - Novos Desafios e Oportunidades”.

Ao discursar para representantes da cadeia produtiva do café, do governo, lideranças do agronegócio, do setor cooperativista e parlamentares do Brasil e de mais 11 países produtores, o ministro disse que o aumento da demanda e a redução da oferta de café deve melhorar o cenário da cafeicultura que passou por um momento de preços baixos. Rodrigues alertou que é preciso construir o futuro a partir de uma profunda avaliação do setor. “Vamos ver o que aconteceu há 20, 30 anos, olhar o momento atual e desenhar o futuro da cafeicultura aprendendo com os erros do passado”.

O ministro lembrou que na reestruturação administrativa do ministério foi criada a Secretaria de Relações Internacionais que irá subsidiar com informações técnicas os negociadores brasileiros numa ação associada ao Itamarati e ao Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior. “Vamos buscar o que o mundo vai consumir daqui a algumas décadas, a partir do aumento da expectativa de vida e da mudança de hábitos alimentares da população”, disse.

Rodrigues comentou que é preciso fortalecer as parcerias no agronegócio. “Falamos muito é agimos pouco. Temos um discurso solidário, mas a prática é solitária, onde prevalece a defesa de interesses próprios em detrimento do conjunto e na economia globalizada não há espaço para solitários”. Ele enfatizou ainda que as cadeias produtivas só funcionam se todos os elos tiverem a mesma resistência. “Se um elo for mais fraco, a cadeia se quebra”. Ele defendeu também que não há cadeia produtiva sem o produtor rural. “É ele que dá origem ao que vem antes da cadeia produtiva e que dá condições para o que vem depois e neste contexto o governo vem sinalizado uma linha de não-intervenção, mas de busca e garantia renda ao produtor de café no Brasil”.

O seminário “Café - Novos Desafios e Oportunidades” tem como objetivo propor um conjunto de recomendações para subsidiar o posicionamento dos países produtores de café na 2ª Conferência Mundial do Café que será realizada nos dias 24 e 25 de setembro, em Salvador (BA). Até hoje (16-02), os participantes do encontro no Itamaraty vão discutir a importância sócio-econômica do café e a nova realidade mundial e avaliar cenários do agronegócio para os próximos 10 anos.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de café na safra 2004/05 fechou em 38,6 milhões de sacas. Para a safra 2005/06, a primeira estimativa da empresa indica uma colheita entre 30,7 e 33 milhões de sacas. O Brasil é o maior exportador mundial de café verde, com 26 milhões de sacas e uma receita de US$ 2 bilhões, além de ser o segundo maior consumidor mundial do produto, com 14 milhões de sacas, atrás apenas dos Estados Unidos. O setor gera 8,4 milhões de empregos, reúne 300 mil produtores em uma área plantada de 2,7 milhões de hectares em 1.900 municípios de 14 estados.

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