Elogios, defesa da parceria entre os setores público e privado e as contumazes frases de efeito. A participação do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, na abertura da 10ª Agrishow, ontem (28-04), em Ribeirão Preto (SP), limitou-se a esses discursos. Embora tenha apresentado números que mostram o crescimento do agronegócio, terminou frustrando centenas de empresas de máquinas, que esperavam o anúncio de aumento nos recursos do Programa de Modernização da Frotas Agrícola (Moderfrota).
Rodrigues admitiu que o volume liberado pelo governo se esgotará na Agrishow. No entanto, destacou que o assunto não deverá ser tratado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (que visita o evento na sexta-feira). Segundo Rodrigues, Lula vai divulgar "projetos e propostas para o setor".
O governo Lula somente anunciou a retomada do Moderfrota em março e, assim mesmo, no valor de R$ 800 milhões, considerado insuficiente pelo setor, que quer R$ 2,8 bilhões. De qualquer forma, Rodrigues arrancou aplausos dos presentes na mostra, que se estenderá até sábado, com perspectiva de faturamento de R$ 1,2 bilhão. Destacou que a parceria entre o governo e o setor privado garantiu resultados animadores nos últimos anos. Lembrou que, de 1990 a 2003, a produção teve uma evolução de 93%.
Terminou fazendo um elogio aos últimos anos do governo FH. Observou que, do início do Plano Real a 2000, a produção de grãos estacionou em torno de R$ 82 milhões de toneladas. "Mas, nos últimos três anos, houve crescimento de 35%. Tudo graças à securitização, ao Recoop, ao Moderfrota e aos juros fixos", ressalta. O presidente do Conselho Consultivo da Agrishow, Sérgio Magalhães, destacou a importância de uma feira que começou tímida, há 10 anos, e hoje se transformou na maior da América Latina e na terceira do mundo. Hoje são 540 expositores de máquinas agrícolas.