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Roraima não tem números sobre vacinação contra aftosa

Dados preliminares mostram que foram vendidas 447 mil doses de vacina e notificadas apenas 271.075


A contabilização dos dados da segunda fase de 2006 da vacina contra aftosa no Estado ainda não foi concluída. A informação é do diretor do Departamento de Defesa Animal da Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária (Seapa), José Kleber Oliveira, que alega a falta de informação por parte dos produtores para o atraso do fechamento dos números.

Dados preliminares mostram que foram vendidas 447 mil doses de vacina e notificadas apenas 271.075. Em relação a 2005, houve queda nas vendas de vacina contra aftosa no Estado. Na segunda etapa de vacinação em 2005 foram vendidas 520 mil doses e notificadas 380.839.

Para Kleber, o ano de 2005 foi atípico, pois no período aconteceu um foco de aftosa em Mato Grasso e existiu toda uma divulgação na mídia nacional sobre o caso, inclusive de animais indo para o abate. “As cenas foram muito triste e contribuíram para fortalecer a campanha de vacina naquele ano. Nas campanhas seguintes já tivemos uma diminuição significativa na venda e notificação de aplicação das doses”, explicou.

Segundo o diretor, a falta de disciplina dos produtores em comprar a vacina e notificar a vacinação do seu rebanho na sede da Secretaria de Agricultura ou nas Casas do Produtor Rural e nas Unidades de Defesa Sanitária, localizadas em todos os municípios do Estado, dificulta os trabalhos de estatística realizados pela secretaria.

O produtor tem 15 dias após o término do prazo da campanha para notificar a vacinação do seu rebanho. Caso não cumpra esse prazo, poderá ser notificado e receber uma multa no valor de 0,25 Ufer, ou seja, cerca de R$ 41,05 por cabeça não vacinada. Vale ressaltar que este é o mesmo valor aplicado caso seja constatado que o produtor não fez a vacinação do seu rebanho. “Vacinar e não notificar é o mesmo que não vacinar, pois não tem validade legal para prestação de contas junto ao Ministério da Agricultura”, esclareceu.

Segundo José Kleber, será realizada uma revisão dos dados sobre as notificações de vacinação junto às casas do Produtor Rural e Unidades de Defesa Sanitária em todo o Estado, para então se fechar a estatística oficial para 2006.

Para reforçar a fiscalização da Secretaria de Agricultura no controle da aftosa no Estado, ele disse que irão ser adquiridos mais veículos para esse fim. “Já conseguimos disponibilizar alguns veículos que estavam disponíveis aqui na secretaria para iniciarmos esse trabalho. Mas queremos adquirir mais, atendendo assim a demanda que temos em todo o Estado”, destacou.

Outra medida que deve ser adotada pela secretaria para despertar os produtores para a necessidade com o rebanho é a ativação da Educação Sanitária. Esse projeto prevê palestras educativas nas escolas do interior, não só sobre aftosa, mas também informações sobre tuberculose, raiva, brucelose, entre outras doenças.

Números

Roraima tem hoje um rebanho entre 600 e 650 mil cabeças, incluindo o rebanho localizado nas áreas indígenas. Mas o Estado tem todo esse rebanho no status ‘Alto Risco’ do Ministério da Agricultura, ou seja, o gado produzido em Roraima só pode ser comercializado internamente ou para o Amazonas, que tem o mesmo status.

A identificação de alto risco do rebanho roraimense se deu com o registro de um foco de aftosa no Município de Caroebe em 2002. E ainda, com a falta de documentação que comprove o controle sanitário do rebanho no Estado.

“O Ministério da Agricultura realiza periodicamente auditorias na Secretaria de Agricultura para saber as condições do nosso rebanho e falta de documentação dos procedimentos adotados no controle da saúde do gado nos impossibilita de subir no conceito nacional”, explicou Kleber.

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