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Rossi defende retenção de matrizes bovinas em reunião do Conselhão

“No passado, infelizmente, cometeu-se o crime, justificado pelas dificuldades do setor, de sacrificar matrizes em um nível impossível de ser aceito, disse


O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, defendeu nesta sexta-feira, 20 de agosto, o estímulo à retenção de matrizes bovinas (fêmeas em idade de reprodução), como forma de aumentar a competitividade da carne brasileira no mercado externo. A proposta foi apresentada em reunião ampliada do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), também chamado de Conselhão, que é um órgão consultivo da Presidência da República. O encontro foi realizado em Ribeirão Preto (SP). “No passado, infelizmente, cometeu-se o crime, justificado pelas dificuldades do setor, de sacrificar matrizes em um nível impossível de ser aceito. Por isso, tivemos um decréscimo do nosso plantel e hoje temos que recuperar”, disse.

Coordenada pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Alexandre Padilha, a reunião teve a participação de empresários, trabalhadores, acadêmicos e políticos para discussão regional da Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento (ANC), aprovada pelo conselho e apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho passado.

Além de Wagner Rossi participaram como convidados da reunião do CDES a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), José Carlos Carvalho, além dos conselheiros Maurílio Biagi Filho, representante da classe empresarial, e Jorge Nazareno Rodrigues, representando os trabalhadores.

Wagner Rossi aproveitou a reunião para reiterar o peso do agronegócio na economia do País. “O Brasil tem sido buscado como exemplo. Temos expertise de ponta na produção de grãos. Acabamos de fechar uma safra recorde de 147 milhões de toneladas, o que era absolutamente impensável 10 anos atrás”, comentou. O ministro também citou a liderança mundial do Brasil na produção de café, em cítricos e na exportação de carne de aves e do complexo soja.

“Isso tudo foi obtido compatibilizando-se o aumento da produção de alimentos com o respeito ao meio ambiente”, afirmou. Ele ressaltou que o Brasil tem o maior conjunto de florestas exploradas com sustentabilidade do mundo - 6,2 milhões de hectares de extrativismo conservacionista - e é a terceira maior agricultura orgânica do mundo. No Brasil, existem 1,77 milhão de hectares plantados e colhidos sem o uso de fertilizantes ou defensivos químicos.

Rossi lembrou, ainda, o estímulo do governo federal a práticas agronômicas que compatibilizem o aumento de produção de alimentos e preservação ambiental. “É uma grande injustiça atribuir ao agronegócio e à agricultura familiar brasileira a destruição da natureza. Isso é uma grande inverdade”, disse o ministro. Ele lembrou que, em junho, o presidente Lula lançou o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que vai destinar R$ 2 bilhões para os produtores desenvolverem projetos agropecuários de impacto ambiental, com redução da emissão de gases de efeito estufa.

O incentivo a tecnologias verdes foi uma das prioridades apresentadas pelos participantes do encontro. Outra questão que surgiu nas discussões foi a qualificação profissional e o estímulo à produção científica dentro das empresas a partir da contratação de doutores e cientistas - hoje, 75% desta produção é gerada nas universidades. Empresários da região defenderam, ainda, a construção de um aeroporto internacional em Ribeirão Preto.

O CDES já realizou reuniões ampliadas em Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), Recife (PE), Aracaju (SE), Belém (PA) e São Paulo (SP). “O Brasil é tão diverso. Tomamos a decisão de fazer reuniões setoriais e regionais para o detalhamento da Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento”, explicou Alexandre Padilha. A iniciativa de um encontro em Ribeirão Preto partiu do conselheiro Maurílio Biagi Filho.

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