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RS: agravamento da pandemia poderá impactar na contratação de safreiros

Com as restrições da bandeira preta, sindicato teme que mão de obra não seja ampliada, como previsto para este ano


Foto: Marcel Oliveira

O agravamento da pandemia do coronavírus, que colocou o Rio Grande do Sul na classificação de risco altíssima – na bandeira preta do distanciamento controlado –, impacta na contração de mão de obra sazonal. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (Stifa) considera que o percentual de crescimento na oferta de vagas, projetado entre 8% e 10%, não deve ser confirmado.

O presidente eleito do Stifa, Gualter Baptista Júnior, explica que a entidade, assim como todos os segmentos da sociedade, preocupa-se com a saúde das pessoas e reforça as medidas de controle, como o próprio lockdown, realizado pela Prefeitura de Santa Cruz do Sul. No entanto, o novo avanço na contaminação preocupa. “Se há pouco mais de um mês estávamos otimistas com a retomada das contratações na indústria, agora é com apreensão que acompanhamos esse retardamento dos contratos dos sazonais”, explica.De acordo com ele, as medidas sanitárias são fundamentais como forma de manter a saúde do trabalhador e a segurança de toda a comunidade. Ressalta que, respeitando-se as regras de distanciamento e protocolos sanitários já aplicados nas indústrias há um ano, no início da pandemia, a ocupação dos postos de trabalho poderia voltar à taxa de 100%.

“Nós precisamos ter trabalhadores remunerados, que levam o sustento para suas famílias. Da mesma forma, as restrições são necessárias sim, mas acreditamos que as indústrias estão preparadas para garantir essa segurança dentro de suas fabricas. Acreditamos também que outros segmentos, como comércio e serviços, também poderiam ter oportunidades de retomar as suas atividades”, complementa o presidente eleito, ao salientar que o Stifa é solidário com todos os segmentos que estão parados.

Safra até dezembro

Uma vez que o incremento nas contratações de sazonais tende a não se confirmar, com o aumento no volume de safreiros na casa dos 8% a 10%, na comparação com 2020, a expectativa do setor está no prolongamento dos contratos.

Em anos normais, os contratos encerram-se entre os meses de agosto e setembro. “O Stifa vê uma possibilidade de prorrogação de contratos até dezembro, o que não é ruim de todo. Uma vez que não se consiga absorver toda a mão de obra, pelo menos teremos um tempo prolongado para os que forem chamados”, salienta Baptista Júnior.

As condições da safra – como a oferta e qualidade do tabaco – associadas à necessidade do produto no mundo, segundo o presidente, fazem o sindicato acreditar na continuidade das contratações sazonais. No entanto, em ritmo mais lento e em menor quantidade. “A safra terá que ser processada e comercializada, por isso os trabalhadores serão chamados. O que se projeta agora é uma prorrogação de contratos e um incremento menor de pessoas”, explica.

Baptista Júnior diz que o fator limitante – 75% da capacidade operacional – imposto pela classificação de bandeira preta, que permanecerá em vigor até o próximo dia 21, é o fato que agora prejudica a retomada dos temporários na indústria do tabaco. “As empresas precisam cumprir essas determinações e as fazem muito bem. Cabe aqui destacar que, durante o ano passado, as indústrias do setor deram exemplo no cumprimento rigoroso das regras. Um exemplo disso é que nenhuma empresa teve que ser fechada por surto de contaminação”, avalia o presidente.

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