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RS já tem culturas impactadas pela seca

Milho, soja, trigo, feijão, tabaco e citrus sentem os impactos


Foto: Divulgação

A falta de chuva no Rio Grande do Sul já mostra os reflexos em várias culturas. Na região noroeste, grande produtora de grãos, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetag-RS) estima que há “o início de uma severa estiagem”. Segundo a entidade agricultores familiares dizem que faz mais de 90 dias que não chove a quantidade suficiente para manter a terra úmida e as plantas terem condições de produção. O medo é de prejuízos a exemplo da última safra onde a soja teve quebra de 40% na produção, milho e tabaco na casa de 30%.

Segundo o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva Vimos, as famílias já estão calculando os prejuízos e isso evidencia a necessidade de políticas públicas voltadas à captação de água e irrigação em pequenas propriedades. “Se não chover nos próximos dias o plantio de soja não pode ser realizado, o milho que já está na lavoura não desenvolverá grão impactando também a cadeia leiteira”, disse.

Sem chuva culturas sofrem

No estado cerca de 70% do milho já está plantado, segundo a Emater-RS. As lavouras não têm encontrado força para se desenvolver e já são calculadas perdas de 30 a 50%, conforme a região. 

O estresse hídrico também é visível no feijão primeira safra que, em algumas áreas, já alcança a fase de enchimento de grãos. Produtores realizam adubação em cobertura, tratamento fúngico e controle de pragas e ervas daninhas.

Os produtores de soja estão com dificuldade de realizar o plantio. Somente 5% da área prevista foi implantada. De acordo com o Informativo Conjuntural, produzido pela Gerência de Planejamento (GPL) da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), e divulgado nesta quinta-feira (22), em algumas regiões, foi necessária inclusive a paralisação do plantio.

A umidade dos solos foi o fator condicionante para a continuidade dos plantios em Ijuí, Soledade, Santa Rosa, Bagé, Frederico Westphalen, Santa Maria, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre e Caxias do Sul. Os produtores não realizam semeadura para evitar perda de sementes. Nas áreas com irrigação, os cultivos estão com bom desenvolvimento inicial. Nas de sequeiro, a emergência é desuniforme e já ocorre morte de plântulas.  

A estiagem também comprometeu a fase final do trigo que tem perdas estimadas em 30% nesta safra. A produtividade das lavouras apresenta grande variabilidade devido aos danos causados pelas geadas correlacionados com o período de semeadura, a localização das lavouras e ciclo das cultivares. 

O predomínio de tempo bom, com temperaturas médias entre 13 e 25°C, permitiu a execução das atividades de semeadura do arroz, principalmente em áreas de maior dificuldade de drenagem, que agora se encontram com umidade ideal.  O plantio da cultura já atinge 50% da área total estimada. 

Também são notados prejuízos por estresse hídrico em tabaco e em citrus.

Será que vem alivio?

De acordo com o Boletim Integrado Agrometeorológico divulgado nesta sexta-feira (23) pela Secretaria de Agricultura, Emater-RS e Irga o estado deve ter um refresco nos próximos sete dias. O final de semana deve ser de temperaturas elevadas e na segunda-feira (26) uma frente fria provocará chuva em todo o Estado, com possibilidade de temporais isolados. Os totais previstos deverão oscilar entre 15 e 30 mm. Na terça-feira (27) a entrada de uma massa de ar seco faz as temperaturas caírem.

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