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RS registra recuo de produção

Dados apontam recorde nacional de produção que não foi acompanhado pelo Estado


Dados apontam recorde nacional de produção que não foi acompanhado pelo Estado
 
Após o anúncio no último dia 8 pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, se referindo que a produção de grãos da safra 2011/2012 deve chegar ao número recorde de 165,92 milhões de toneladas, a população brasileira se anima ao fato da possível falta de alimentos mundiais ocasionada pelo crescente número populacional.

Segundo dados apresentados pelo ministro, a projeção do total de toneladas colhidas é 1,9% maior em comparação ao obtido no período 2010/2011, quando neste ano a área plantada foi de 50,81 milhões de hectares. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou suas estimativas para a safra nacional de grãos. Em 2012, deve atingir 163,3 milhões de toneladas, 2% superior à obtida em 2011 (160,1 milhões de toneladas) e 1,6% maior do que a estimativa de junho.

Ribeiro comemorou a “maior safra da história do país” e disse que o resultado pode levar a uma revisão da projeção de 170 milhões de toneladas previstas no Plano Safra 2012/2013. “Esta é uma notícia que fortalece ainda mais o produtor brasileiro e mostra que o Brasil está cada vez mais caminhando para uma política agrícola com resultados objetivos para a produção”, disse Mendes Ribeiro.

Entretanto sabe-se que a safra de grãos seria ainda maior, caso a produção não tivesse sofrido prejuízos por causa da seca nas regiões Nordeste e Sul. Segundo dados do ministro, a safra nordestina, por exemplo, caiu 22 % em relação à passada.

Segundo os dados do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, composto por 70 municípios das regiões Produção, Médio Alto Uruguai, Nordeste e Alto Jacuí, foi registrada uma redução da produção de grãos referente à safra passada de 30% em relação à safra de 2011/2012.
“Na safra 2010/2011 o Rio Grande do Sul colheu 28.754.700 toneladas de grãos entre as culturas de arroz, soja, milho, feijão, trigo, cevada, triticale e aveia. Na safra passada (2011/2012) a produção destes mesmos grãos caiu 30%, totalizando 116.781 mil toneladas”, explica o economista e engenheiro agrônomo da Emater/RS, Luiz Ataídes Jacobsen.

Os principais produtos que tiveram perda acentuada e que correspondem a um maior volume de produção no Estado, segundo o Escritório Regional foram as culturas de soja e milho, fruto da estiagem que atingiu o Estado no período a partir de dezembro de 2011 até abril de 2012 no Estado.

Em soja, na safra passada, foi colhido 5.990.094 toneladas do grão, quando na safra de 2010/2011 foi colhido 11.621.300 toneladas, concentrando uma redução de 48,45% de produção. De milho, nesta safra de 2011/2012 a colheita foi de apenas 3.217.964 toneladas quanto que na safra passada havíamos colhido 5.776.300 toneladas, totalizando uma redução de 44,3%.

O arroz não é cultivado na região de Passo Fundo, mas o Estado aparece como maior produtor do grão em nível de país. No ano anterior (2010/2011) o Estado bateu o recorde de produção, colhendo 8.642 mil toneladas. Nesta safra foi registrado um decréscimo de 13,5% na produção, pois foi colhido 7.736.200 toneladas do cereal.

Produção aumentou em 100%

A área plantada no Estado não tem se alterado nos últimos anos. Se tomarmos como referência os dados de 1975 até agora praticamente foi mantida a mesma área cultivada no Rio Grande do Sul segundo dados do Escritório da Emater/RS.
“Aumentamos em 100% a produção, graças o incremento do rendimento das lavouras que estão tendo. Conseguimos dobrar a produção sem abrir mais áreas novas de cultivo”, comenta o agrônomo Jacobsen, acrescentando que novas áreas de soja mais ao sul do Estado estão sendo abertas, porém, por outro lado têm diminuído o cultivo na região da Serra, igualando o número de área cultivada.

A área cultivada de soja no Estado é de 4,145.975 hectares, de milho totaliza 1,4 milhão de hectares. Em arroz a área cultivada é de 1,3 mil hectares e de trigo, mais de 932 mil hectares.

Safra recorde exige fortes investimentos em armazenagem

Em entrevista exclusiva para a redação do Agro Diário, o Deputado Federal Jerônimo Goergen(PP-RS), afirma da necessidade de se ampliar a capacidade de armazenagem destes grãos produzidos no país. “Tudo indica que teremos um novo recorde de produção, fazendo aumentar nosso déficit de estocagem”, alertou o parlamentar ressaltando que o próprio Ministério da Agricultura apontou a defasagem de parque nacional armazenador frente aos aumentos anuais da safra brasileira de grãos.

“A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não tem estrutura pra fazer o armazenamento que o Brasil precisa, no centro oeste tem milho pra fora dos armazéns, abandonado que se chover estraga tudo e aqui no sul falta milho. Possuímos um completo déficit de armazenagem no Brasil”, explica Goergen.

O parlamentar acrescenta que a redução da Taxa Selic oferece uma grande oportunidade de estender o PSI a todos os investimentos necessários para a construção de estruturas de armazenagem. “Os produtores rurais se tornaram vítimas de sua própria competência”, afirmou o parlamentar. Segundo ele, o aumento da produtividade por hectare devido as novas tecnologias, a rapidez na colheita em virtude de equipamentos modernos e o estrangulamento logístico em nossas rodovias e portos reforçam a necessidade de aumentar a estrutura de armazenagem de grãos.

Visto desta, o Deputado ementou a medida provisória 575, de 7.8.2012 quando prevê alteração da Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, que institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública.

Esta ementa corresponde a inclusão de investimentos em armazenagem no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

No site do Deputado, o presidente da Acebra, Airton Roos afiram das questões referentes ao PSI. “Apesar de muitos equipamentos estarem cobertos pelo PSI, os demais itens como obra civil, instalações elétricas e demais acabamentos não são contemplados por este mecanismo, inviabilizando a totalidade do empreendimento”, explicou o dirigente. Segundo Roos, as regras atuais contemplam 50% do total de investimento previsto para um armazém.

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