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Rumo anuncia criação de segunda empresa logística da Cosan

Cosan Infraestrutura tem foco nas soluções para os modais ferroviário e portuário


O presidente da Rumo Logística, Julio Fontana Neto, anunciou nesta segunda-feira, dia 25, durante evento internacional do Grupo Esalq-LOG (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) a criação da Cosan Infraestrutura com foco nas soluções para os modais ferroviário e portuário. “Vamos focar e aproveitar os conhecimentos da Rumo para a Cosan”, disse o executivo.

Segundo Fontana Neto a empresa está investindo R$ 1,5 bilhão em logística. Ele estima que até meados de 2013 consiga descarregar os vagões em movimento no município de Santos (SP). “Também estamos investindo R$ 600 milhões na duplicação do trecho ferroviário Sumaré-Santos, o que resolverá um grande gargalo logístico”, relata o presidente da Rumo.

A iniciativa da Cosan demonstra a corrida do setor privado para contornar a infraestrutura logística deficitária no país, dependente em mais de 60% de rodovias. Para atender a demanda crescente, o profissional de logística agroindustrial é uma das peças chave para resolver os gargalos instalados no setor. A valorização desse profissional é evidente nos salários pagos pelas empresas, com rendimentos entre R$ 7.000 a R$ 70 mil na Rumo Logística.

É fato que a agroindústria expande seus negócios ano a ano e que o poder público não tem acompanhado o ritmo com a mesma intensidade no tocante aos investimentos maciços na infraestrutura. E os problemas tendem a se avolumar.

Um dos palestrantes do painel academia do 10º Sila (Seminário Internacional em Logística Agroindustrial), do Grupo Esalq-LOG, Mário Otávio Batalha, coordenador do Grupo de Pesquisas e Estudos Agroindustriais (Gepai) da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar, SP), destacou que a área atual utilizada pela agricultura está em 8,2% do território nacional. Segundo Batalha, o negócio ainda pode mais que dobrar de tamanho, com uma fatia de outros 10,3% (88 milhões de hectares) de terras disponíveis para plantio.

Para encontrar caminhos a fim de que o produto chegue nas mãos do comprador na data estipulada em contrato comercial, o mercado de trabalho deseja um profissional multifuncional, que entenda de praticamente de todas as áreas de logística e que tenha um perfil pessoal de tomada de decisões e capacidade de trabalho em equipe.

Fábio Rogério Teixeira Dias de Almeida Carvalho, superintendente de estudos e pesquisas da ANTT, que também palestrou no 10º Sila, definiu o trabalho no governo como árduo. “O estilo de vida no setor público, ao contrário do que falam, não é tranquilo.” Sobre a relação do governo com os investimentos em logística, o superintendente da agência destacou que “a ineficiência do Estado vem através da burocracia das leis”.

Na outra ponta, as universidades tem tentado formar salas específicas para atender somente os profissionais atuantes, separando-os dos que desejam seguir carreira acadêmica. Esta é a experiência vivida no ambiente da USP (Universidade de São Paulo), segundo relatou Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki, professor Escola Politécnica e palestrante do 10º Sila.

Já Joel Sutherland, diretor do Supply Chain Management Institute, da norte-americana Universidade de San Diego, que também integrou o painel de academia, disse ser contra o método de ensino de logística focado dentro de faculdades e em cima de livros. “O aprendizado deve ocorrer na prática e não em páginas de livros.”

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