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Rússia suspende importação de carne suína de SC


Prejuízo mensal pode chegar a US$ 50 milhões.

A Rússia suspendeu a importação de carne suína de Santa Catarina devido a ocorrência do vírus Aujeszky no rebanho. A notícia pegou de supresa autoridades, produtores e empresários do setor, que foram informados da decisão na véspera do Natal. A medida russa não era esperada, porque a doença não é considerada perigosa e já havia sido iniciado um trabalho de erradicação do vírus nas propriedades catarinenses.

O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sindicarne) e presidente da Aurora, José Zeferino Pedrozo, explicou que o embargo russo vem agravar ainda mais a crise pela qual passa o setor há nove meses. Santa Catarina é responsável por 70% das exportações de suínos do Brasil.

Pedrozo calcula que a decisão vai representar um prejuízo mensal de quase US$ 50 milhões, correspondentes as 40 mil toneladas que são exportadas todos os meses para a Rússia. Os reflexos serão devastadores no campo, onde 12 mil propriedades e milhares de produtores dependem da suinocultura. Em algumas empresas, 80% da produção é exportada para a Rússia. Com as vendas suspensas, a economia de toda região oeste deve ser afetada.

– Na verdade é difícil dimensionar os prejuízos. É lastimável –, disse.

Ele informou que a decisão afeta apenas Santa Catarina e que os outros Estados produtores devem continuar exportando normalmente para a Rússia. A retomada dos negócios vai depender de uma série de fatores. O fato da decisão ter sido anunciada durante o período de Natal e num momento de transição dos governos estadual e federal dificulta ainda mais a tomada ágil de decisão e providências por parte das autoridades. Mesmo assim, Pedrozo aposta num esforço extra para a reversão do quadro o mais rápido possível.

– Tanto os ministros nomeados da Agricultura e Comércio Exterior, quanto o futuro secretário da Agricultura são pessoas com forte afinidade com o setor e que certamente vão se sensibilizar com o problema –, afirmou.

Já o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Paulo Tramontini, está mais pessimista. Ele disse que a notícia não poderia ter vindo em momento pior, quando finalmente os produtores estavam começando a se recuperar da crise pela qual passaram durante o ano.

Viviane Araújo/Diário Catarinense

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