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Russos excluem suínos da visita a frigoríficos no País

Brasil acredita na abertura de mercados como o Japão e a Coréia do Sul


Com a expectativa de exportar 520 mil toneladas de carne suína este ano, queda de 4% ante 2010, o Brasil acredita na abertura de mercados como o Japão e a Coréia do Sul, que deve acontecer em meados do primeiro semestre de 2012, para retomar os volumes superiores a 600 mil toneladas registrados no passado. Além disso, a China, que realizou a sua primeira compra de carne suína do Brasil em novembro, pode se tornar, junto com Hong Kong, o principal mercado para o País.


O embargo russo às carnes brasileiras, que se estende por mais de 6 meses, contribuiu para um volume de exportações menores neste ano. Ao que tudo indica este imbróglio ainda deve persistir nos próximos meses.

Segundo Rogério Jacob Kerber, diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), do Rio Grande do Sul, durante a visita técnica russa ao Brasil, nos últimos dias, nenhuma planta frigorífica de suínos foi visitada. O detalhe, neste caso, é que o embargo russo manteve algumas plantas de aves e bovinos ativas para exportação, entretanto, excluiu todos os frigoríficos suínos. "O embargo afetou muito a suinocultura brasileira, que não vende nada mais para a Rússia", disse Kerber. "O Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária [Mapa] criou um roteiro de visitas que contemplava plantas de suínos. Mas os russos não aceitaram tal roteiro. O que soa muito estranho", disse em entrevista exclusiva ao DCI.

Kerber contou, que a passagem russa aportou em Goiás e vistoriou 10 plantas frigoríficas de bovinos, e uma de aves, e quis conhecer uma propriedade de produção de suínos em Goiás. "O Mapa apresentou uma agenda de sugestão para os russos, com um roteiro de plantas para eles visitarem. E eles não concordaram. Com isso a previsão da visita a Santa Catarina e Rio Grande do Sul não aconteceu. Os técnicos russos visitaram somente um estabelecimento produtor de suínos, para que eles conhecem o controle da produção".

Sem criar novas perspectivas para o mercado russo em 2012, Pedro Camargo, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora de Carne Suína (Abipecs), acredita que com a velocidade das negociações entre Brasil, Japão e Coréia do Sul, esses dois mercados possam ser abertos até o final do primeiro semestre do ano que vem. "Temos a Coréia e o Japão na fila para abrir seus mercados, e acredito que isso possa acontecer ainda no primeiro semestre de 2012, mas os embarques ainda levarão algum tempo para acontecer".

Já em relação as perspectivas para o mercado chinês, Neto garantiu que essa primeira compra de carne suína, realizada em novembro da empresa Marfrig, pode ser o começo para uma relação bem sucedida. Durante a visita da presidente Dilma Rousseff a China, no meio do ano, o país resolveu liberar as exportações de três plantas brasileiras, Marfrig, Aurora, e Brasil Foods, dos 13 frigoríficos inspecionados pelos chineses no ano anterior.

Destas 13 plantas, duas desistiram de continuar a concorrência, 3 foram reprovadas no mesmo momento, 3 foram aprovadas, e cinco precisavam se adequar as exigências chinesas para os embarques. "Essas cinco empresas já se acertaram conforme a necessidade chinesa, e estão aguardando a liberação chinesa, que pode acontecer no começo do ano. Tão logo, a China e Hong Kong podem se tornar o maior mercado para o Brasil", disse.



Resultados

As exportações de carne suína aumentaram 0,06% em novembro, em relação ao mesmo mês do ano passado passando de 43.008 toneladas para 43.008, e 13,45% em faturamento (US$ 130,61 milhões esse ano ante os US$ 115,12 milhões de 2010). No acumulado do ano, a queda nas exportações, em volume, foi de 5,03%. Houve um crescimento da receita, no período, de 6,58%. O Brasil exportou 479,484 toneladas e faturou US$ 1,33 bilhão, em comparação com 504.890 t e US$ 1,25 bilhão.

De janeiro a novembro, as exportações para a Rússia totalizaram 123,5 mil toneladas. Em faturamento, o valor foi de US$ 385,28 milhões. "O ano para os suínos foi bom, só não foi melhor por causa do incidente da Rússia. Com ela certamente teríamos batido recordes de exportações. Apesar de termos perdido a Rússia os volumes foram muito parecidos com o ano passado", disse Neto.

As vendas para Hong Kong, segundo principal destino para a carne suína, estão quase encostando na Rússia. No acumulado do ano, o Brasil exportou 120,1 mil toneladas para Hong Kong. No período, o faturamento cresceu 66,12%. A estimativa é que em 2011 as vendas para Hong Kong superem as dirigidas à Rússia.

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