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Safra 2008/09: planejamento define a produção e lucratividade

O plantio feito na época correta afeta diretamente a produtividade da lavoura e o lucro do agricultor


Além de definir corretamente a semente que será plantada na próxima safra, alguns cuidados que devem ser executados nesta época podem garantir competitividade e uma maior geração de renda para o produtor de milho. O período que antecede o plantio da safra 2008/2009 é de planejamento. Acertar o momento ideal do plantio, definir corretamente a semente, a densidade e o espaçamento na lavoura, corrigir o solo e otimizar sua fertilidade, além de controlar com eficiência pragas, doenças e plantas daninhas são alguns dos passos que podem fazer diferença no momento da colheita.

Com a disparada dos preços dos insumos agrícolas, principalmente dos fertilizantes, está mais caro produzir na próxima safra. O que o produtor pode fazer para conseguir mais lucro? Quais são os principais passos que devem ser seguidos para otimizar a condução da lavoura? Para esclarecer estas dúvidas, veja abaixo as principais recomendações levantadas por um grupo de pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), reunidas em um folder técnico com o objetivo de aumentar a produção e a produtividade do milho.
Epoca de plantio

O plantio de milho feito na época correta afeta diretamente a produção e a produtividade da lavoura e, consequentemente, o lucro do agricultor. Trabalhos de pesquisa mostram que o atraso no plantio a partir da época mais adequada (geralmente em outubro) pode resultar em quedas no rendimento de até 30 kg de milho por hectare em um único dia.

O atraso no plantio dificulta também diversas operações agrícolas, como o controle de pragas e plantas daninhas, além de aumentar a ocorrência de doenças. O zoneamento agrícola, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), indica as épocas de plantio de menor risco para a cultura do milho, nas diferentes regiões do Brasil. Tais informações podem ser obtidas junto às agências bancárias que trabalham com crédito rural e junto aos escritórios das agências de extensão rural, como a Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais).

Pontos a serem observados

Verificar a época de plantio mais adequada à região e as condições de umidade do solo.

Planejar a época mais adequada de compra e recebimento da semente.

Reservar local adequado para o armazenamento da semente até o dia do plantio.

Espaçamento e densidade

O plantio de uma lavoura determina o inicio de um processo de cerca de 120 dias que determinará os ganhos do agricultor em produção e produtividade. A densidade de plantio, definida como o número de plantas por unidade de área, tem papel importante no rendimento de uma lavoura de milho, já que pequenas variações na densidade têm grande influência no rendimento final.

O rendimento da lavoura se eleva com o aumento da densidade de plantio, até atingir uma densidade ótima, que é determinada pela cultivar e por condições externas resultantes das condições do local e do manejo da lavoura. Quando o rendimento é máximo, o aumento da densidade resultará em decréscimo progressivo na produtividade da lavoura. A densidade ótima é, portanto, variável para cada situação, sendo basicamente dependente de três fatores: cultivar, disponibilidade de água e de nutrientes.

No Brasil, o espaçamento entrelinhas mais usado está entre 70 e 90 cm. Entretanto, verifica-se a tendência de maior redução no espaçamento (chegando a até 45 cm) com o objetivo, entre outros fatores, de buscar aumento no rendimento de grãos, de melhor controle de plantas daninhas, de redução da erosão, de melhor distribuição dos restos culturais sobre a superfície do solo em sistema de plantio direto e de melhor qualidade de plantio provocada por uma menor velocidade de rotação dos sistemas de distribuição de sementes. A técnica do plantio adensado associado ao espaçamento reduzido vem crescendo a cada safra e mostra ser uma opção econômica e tecnicamente viável, tanto na safra quanto na safrinha. A vantagem dessa situação, é maior em situações de alto rendimento quando o uso da radiação solar é fator limitante ao rendimento.

Pontos a serem observados

Verificar a densidade e espaçamento recomendados para a cultivar selecionada.

Observar o nível de fertilidade e a disponibilidade hídrica do solo para o estabelecimento da densidade mais adequada.

Regular a plantadora com antecedência levando em consideração o tamanho e forma da semente, além de regulá-la novamente após o tratamento das sementes.
Usar a velocidade de plantio adequada.

Fertilidade do solo

É essencial realizar a coleta de amostras de solo com pelo menos seis meses antes da semeadura, solicitar a análise, corrigir a acidez com calcário e utilizar a adubação de plantio, considerando a reposição de macro e micronutrientes sob a orientação de um técnico especializado. A calagem deve ser realizada pelo menos 90 dias antes da semeadura. Não havendo esse tempo deve-se considerar a possibilidade do uso de um corretivo de melhor qualidade e com reação mais rápida no solo.

A adubação de cobertura também deve ser feita em função do histórico de uso da área, da rotação de culturas, do teor de matéria orgânica no solo e da produtividade potencial, que é diretamente proporcional ao suprimento de nitrogênio na época adequada. A adubação de cobertura deve ser feita de 30 a 35 dias após a germinação, ou seja, quando as plantas estiverem com seis a sete folhas.

Pontos a serem observados

Realizar a análise de solo e verificar quais nutrientes devem ser fornecidos no momento da adubação.

Se necessário realizar a correção da área com calcário.
Definir as quantidades de nitrogênio, fósforo, potássio, zinco e outros macro e micronutrientes necessários na semeadura.

Controle de pragas, doenças e plantas daninhas

Para o controle das plantas daninhas, preferencialmente, deve-se adotar o sistema de plantio direto para reduzir a erosão, aumentar a retenção de umidade e a reciclagem de nutrientes. Neste caso, a dessecação deve ser feita pelo menos uma semana antes do plantio. Já no sistema de preparo do solo convencional deve-se controlar as plantas daninhas logo no início, já que o milho é muito sensível à competição nessa fase.
Para o manejo das doenças, deve-se realizar a rotação de culturas, usar sementes de alta qualidade sanitária, plantar simultaneamente mais de uma cultivar, usar cultivares resistentes às doenças que predominam na região, e, finalmente, usar controle químico em determinados casos, principalmente sob condições de grandes infestações de doenças fúngicas.

Para o controle de pragas, deve-se fazer o tratamento de sementes com produtos ativos contra lagartas no inicio de desenvolvimento e, a partir do vigésimo dia, monitorar a incidência da lagarta-do-cartucho nas plantas. Deve-se considerar a possibilidade de uso do controle biológico.

Pontos a serem observados

Adotar o sistema de plantio direto para reduzir a erosão. Realizar o tratamento de sementes com produtos ativos contra lagartas. Monitorar a incidência e controlar, se necessário, a lagarta-do-cartucho nas plantas.

Mais informações podem ser obtidas junto à Área de Comunicação Empresarial (ACE) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: (31) 3027-1223 ou [email protected] . As informaçõe são da assessoria de imrpensa da Embrapa Milho e Sorgo.

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