CI

Safra baiana de café foi menor

Produção foi 3.469 mil sacas de café beneficiado, redução de 13%


Foto: Pixabay

Com o fim das operações de colheita no estado, pode-se confirmar as expectativas de redução na área em produção, na produtividade média e na produção final do grão em comparação à safra passada. Tal variação ocorreu, particularmente, nas lavouras de café arábica, que estão espalhadas pelo centro-sul, centro-norte e extremo-oeste baiano, nas regiões denominadas Planalto e Cerrado, em razão, principalmente, dos efeitos relacionados à bienalidade negativa, fazendo com que muitos produtores optassem por manejos mais drásticos nas podas e também por diminuir o potencial produtivo da cultura, disponibilizando mais recursos em prol do crescimento vegetativo em detrimento da produção dos frutos.

Assim, a destinação total de área para produção de café no estado este ano foi de 98,3 mil hectares, 7,4% menor que a área em produção observada na temporada anterior, e o rendimento médio chegou a 35,3 scs/ha, representando diminuição de 6% em relação a 2020.

De maneira geral, as condições climáticas foram oscilantes entre as regiões produtoras. No Planalto, por exemplo, o ciclo da cultura começou com ótimas condições, persistindo até a fase de floração, ainda em 2020. No entanto, a partir de novembro de 2020, a irregularidade das chuvas trouxe perdas de inflorescências e causou estresse nas plantas. Mais adiante, em janeiro de 2021, houve registro de veranico ainda mais intenso, justamente no momento do enchimento dos grãos. Por isso, os chumbinhos formados ainda em novembro não desenvolveram, sobretudo do terço superior, logo, houve perdas de potencial produtivo, também influenciadas pelo efeito da bienalidade negativa.

Já na região do Cerrado, o cenário se mostrou mais favorável com relação ao clima, com um período entre dezembro de 2020 e abril de 2021, apresentando boa distribuição de chuvas, mesmo que dispondo de registros de veranicos de até 15 dias. A partir de abril, a incidência de precipitações baixou significativamente, o que é típico para a região durante o período de outono/inverno. Ainda assim, as perdas em rendimento e qualidade dos grãos foram consideradas irrisórias, graças ao manejo de irrigação feito nessas lavouras.

No Atlântico, que produz o café conilon, o ciclo também apresentou irregularidades climáticas, porém, como a espécie possui uma tolerância maior às intempéries, especialmente à restrição hídrica, a produtividade média da cultura acabou sendo satisfatória ao final da safra, apresentando até um pequeno aumento em comparação a 2020 e auxiliada também pelo uso de irrigação complementar em boa parte das lavouras nessa região.

Ao todo, a produção estadual foi 3.469 mil sacas de café beneficiado, demonstrando redução de 13% em relação à safra passada.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.