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Safra brasileira de café varia entre 27,86 e 30,09 milhões de sacas


(04/07/2003 - Coffee Break) -O ministro Roberto Rodrigues divulgou, no último dia 2 de julho, os números relativos à segunda estimativa de safra para 2003, efetuada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). De acordo com o apurado, a safra que vem sendo colhida deverá variar entre 27,86 e 30,09 milhões de sacas. A produção de café arábica está estimada entre 19,45 e 21,02 milhões de sacas. A colheita de conillon deve ficar entre 8,405 e 9,067 milhões de sacas. O número é ligeiramente superior ao levantado na primeira estimativa, quando a Conab previu uma colheita entre 27,7 e 29,7 milhões de sacas. O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aferiu que a safra brasileira deverá atingir 33,6 milhões de sacas. No levantamento apresentado por Rodrigues, a produção de Minas Gerais foi avaliada entre 11,75 e 12,96 milhões de sacas. A previsão divulgada em dezembro do ano passado era de uma colheita variando de 11,43 a 12,23 milhões de sacas. O Espírito Santo, de acordo com a Conab, terá uma produção entre 6,30 e 6,80 milhões de sacas, volume menor que o verificado na estimativa anterior (entre 7,30 e 7,80 milhões de sacas). A produção capixaba de conillon foi avaliada entre 4,80 e 5,20 milhões de sacas, contra 5,60 e 5,80 milhões de sacas do primeiro levantamento. A Companhia ainda revisou a produção de café da safra passada, 2002/03. De acordo com a Conab a colheita foi de 48,48 milhões de sacas, sendo 37,95 milhões de sacas de arábica e 10,53 milhões de robusta.

Embarques mundiais — A OIC (Organização Internacional do Café) divulgou os números sobre as exportações mundiais para todos os destinos, com referência a maio. De acordo com a entidade, naquele mês os países produtores embarcaram 7.837.601 sacas, volume 2,99% maior que o verificado em maio de 2002, quando 7.610.353 sacas haviam sido exportadas. O total aferido é 5,95% superior ao verificado em abril (7.397.333 sacas). Entre outubro de 2002 (início do ano safra) e maio de 2003, os países produtores remeteram 58.744.856 sacas ao exterior, volume 3,82% maior que o verificado no mesmo período de 2002 (56.584.892 sacas). As remessas globais, entre junho de 2002 e maio de 2003, atingiram 87.983.633 sacas, 2,09% a mais que o aferido no mesmo período do ano safra anterior — 86.179.291 sacas. O Brasil continua liderando os embarques. O país remeteu 1.899.215 sacas ao exterior em maio, 5,38% a mais que o registrado em maio de 2002, quando 1.802.269 sacas foram embarcadas e 6,97% a menos que em abril, quando chegou a 2.041.568 sacas. Entre junho de 2002 e maio de 2003, o país exportou 29.213.648 sacas, 19,97% a mais que o registrado no mesmo período do ano anterior (24.351.012 sacas). A Colômbia realizou em maio o embarque de 972.000 sacas, 5,38% a mais que no mesmo mês do ano anterior (1.802.268 sacas). No período de 12 meses encerrado em maio, o país exportou 10.473.502 sacas, 1,29% a mais que o registrado nos 12 meses anteriores, quando 10.339.252 sacas haviam sido remetidas ao exterior. O Vietnã exportou 907.955 sacas em maio. Esse total é 17,13% superior ao registrado em maio do ano passado (775.173 sacas). Entre junho de 2002 e maio de 2003, a nação asiática exportou 11.154.951 sacas, 8,54% a menos que no mesmo período do ano anterior, cujo volume avaliado foi de 12.196.390 sacas.

Subsídio — O subsídio dado pelo governo colombiano aos produtores de café daquele país subiu de 4 mil para 10 mil pesos por saca de 125 quilos. O reajuste foi acertado entre a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia e o novo ministro da Fazenda, Alberto Carrasquilla. A entidade representativa dos produtores firmou o pedido de aumento do valor baseada nas cotações do grão no mercado internacional. De acordo com Gabriel Silva Luján, presidente da Federação, o subsídio será imprescindível para os produtores garantirem a colheita que se inicia em outubro.

África — Sete países do leste da África (Quênia, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Etiópia e Zâmbia) esperam incrementar a promoção de seus cafés finos através do sistema de leilões eletrônicos. "Buscamos melhoras o volume de café que temos produzido e ampliar o total de café especial", ressaltou Frederick Kawuma, diretor executivo da Associação de Café do Leste da África. Um encontro em fevereiro do próximo ano, no Quênia, irá propor uma campanha de marketing conjunta dos cafés desses países, buscando associar o café do leste africano como o "mais selvagem" produto disponível no mercado. Logo após essa reunião, entre os dias 19 e 22 de fevereiro, os países irão proceder o leilão via internet, que será aberto a compradores de todo o mundo.

Varginha — A Estação de Avisos Fitossanitários, do Ministério da Agricultura, em Varginha, emitiu o seu boletim de avisos referente ao mês de junho. O documento, assinado por Roque Antônio Ferreira, Leonardo Bíscaro Japiassú, Antônio Eustáquio Miguel e Antônio Wander R. Garcia, destaca que o índice pluviométrico de junho na região foi de 0,6 milímetro, contra uma média histórica de 34,8 milímetros. No final do mês, o déficit hídrico foi de 7,0 milímetros. A Estação aferiu que a temperatura média foi de 17,9º C, 1,0º C acima da média histórica. A temperatura máxima absoluta foi de 27,9º C e a mínima 7,8º C. A evapotranspiração potencial atingiu 57,0 milímetros. O boletim destaca ainda a presença de doenças e pragas na região. A ferrugem, nos talhões não controlados, localizados na Fazenda Experimental de Varginha, teve índice de infecção médio de 57,0%, variando de 16% a 90,0%. Porém, o controle não é mais recomendado. A cercóspora teve índice de infecção médio de 13,0%, ao passo que a phoma apresentou baixo índice de infecção.Quanto às pragas, o bicho mineiro continuou apresentando nível de infestação baixo, no entanto, deve-se promover o monitoramento, principalmente em lavouras novas, devido à baixa precipitação no período. O ácaro vermelho registrou baixa incidência, contudo, em lavouras jovens deve ser realizado o monitoramento. Já a broca apresentou baixo índice de ataque. O crescimento vegetativo/granação aferido foi de 6,8 nós por ramo, contra um crescimento de 7,7 nós por ramo observado em junho de 2002.

Preço recorde — El Salvador realizou, no dia 1º de julho, o seu leilão eletrônico de cafés especiais "Cup of Excellence 2003". O pregão atingiu níveis recordes de preços para os cafés do país. Um lote com 18 sacas de 69 quilos, da região de Santa Ana, alcançou o preço histórico de 14,06 dólares por libra peso, mais de 23 vezes o preço praticado em Nova Iorque. O recorde anterior havia sido estabelecido em dezembro, quando um café brasileiro, também ofertado pela internet, alcançou a marca de 12,85 dólares por libra peso. O lote salvadorenho foi adquirido pela empresa Soldeberg and Hansen, sediada na Noruega. O segundo café mais valorizado no leilão atingiu a marca de 10,05 dólares por saca, sendo adquirido pela empresa norte-americana Coffee Tree Roasters. Esses cafés receberam notas acima de 90 pontos (em uma escala de zero a 100) no concurso que definiu os participantes do pregão. Ainda efetuaram aquisições no leilão, empresas como a Muruya Coffee, Ishimitsu Coffee, Thimothy's Worls Coffee, entre outras. Foram ofertados ao todo 1.057 quintais (810 sacas), sendo que a receita total do pregão chegou a 364.748 dólares, com um preço médio de 3,45 dólares por libra. De acordo com Ricardo Espítia, diretor executivo do Conselho de Café de El Salvador, entidade organizadora do leilão, todas as expectativas foram superadas, com os preços alcançando patamares que evidenciam a importância do produtor buscar a qualidade do café. "Esses níveis de preço constituem-se em um feito de grande relevância para a nossa cafeicultura e é um reconhecimento sobre a qualidade de nosso produto por parte de compradores selecionados de várias partes do mundo", declarou.

Robusta — A produção mundial de robusta em 2003/04 deverá atingir a marca de 40,7 milhões de sacas. O prognóstico é da agência norte-americana CoffeeNetwork. Segundo a empresa, o volume aferido é 2,6% menor que o verificado na safra anterior, quando 41,8 milhões de sacas de robustas foram produzidas. Se confrontado com o volume aferido em 2001/02, 43,5 milhões de sacas, verifica-se uma baixa de 3,9%. A CoffeeNetwork estimou que os estoques de robusta estejam variando entre 15 e 20 milhões de sacas. Para 2002/03, a empresa estimou uma produção de 10,23 milhões de sacas para o Vietnã, contra 12,43 milhões de sacas em 2001/02. A produção brasileira de conillon em 2002/03, segundo a empresa, deverá ficar em 10,8 milhões de sacas. Para 2003/04, a CoffeeNetwork acredita que o Vietnã volte a liderar o ranking de produtores, com 10,7 milhões de sacas, contra 10 milhões de sacas do Brasil e 5,1 milhões de sacas da Indonésia.

Câmara — Um requerimento dos deputados federais de Minas Gerais, Carlos Melles e Silas Brasileiro foi aprovado na Câmara. Esse requerimento solicita que as comissões de agricultura e política rural e de economia, indústria e comércio e turismo da Câmara Federal discutam os resultados obtidos, nos últimos anos, pela política cafeeira. A audiência pública solicitada pelos deputados deverá contar com a participação dos representantes da cadeia produtiva do café. A data de realização da audiência será marcada nos próximos dias. O requerimento justifica a necessidade da discussão da política cafeeira apontando que o café tem uma grande expressão social e econômica no Brasil e gera emprego e renda em mais de 1.800 municípios. Melles e Brasileiro observam o papel de destaque do Brasil no mercado internacional, como maior produtor e exportador de café e que, diante disso, as ações empreendidas para o segmento devem ser avaliadas. “O Brasil produz a maior safra de sua história, dobrou a exportação média dos últimos anos e recebeu, em dólar, a menor receita em relação ao volume exportado por saca de café. O que equivale dizer que estamos exportando o suor do trabalhador brasileiro e o patrimônio dos produtores de café. Vale também observar que o produtor brasileiro modernizou a sua cafeicultura , aumentou a produção e quase triplicou a sua produtividade, o que não aconteceu com a sua renda”, aponta o requerimento dos deputados mineiros.

Vietnã — A Vicofa (Associação de Café e Cacau do Vietnã) informou os números oficiais dos embarques do país em maio. Naquele mês, a nação asiática exportou um total de 54.324 toneladas. A primeira estimativa, lançada pelo Escritório Geral de Estatísticas do Vietnã, apontava que os embarques de maio somavam 46.346 toneladas. A Vicofa apontou que os embarques acumulados entre outubro de 2002 (início da atual safra) e o final de maio atingem 476.652 toneladas, 8,68% a menos que o verificado no mesmo período do ano safra anterior — 521.950 toneladas. A Vicofa manteve sua perspectiva de que as exportações em 2002/03 deverão ficar no nível de 600 mil toneladas, o que seria 15,93% menor que o verificado em 2001/02, quando 713.735 sacas foram remetidas para o exterior.


Em destaque

* As exportações da Etiópia, nos onze primeiros meses do ano fiscal do país (julho a junho) chegaram a 103.968 toneladas, informou a Autoridade de Café e Chá da Etiópia. O volume é 8,68% maior que o verificado no mesmo período fiscal anterior — 95.663 toneladas. A Autoridade apontou que os embarques do país africano, em maio atingiram 13.604 toneladas, contra 14.522 toneladas de maio do ano passado, diminuição de 6,32%.

* Os embarques de café da Nicarágua, em junho, totalizaram 93.858 sacas, divulgou o Centro de Exportações da Nicarágua. Esse volume é 8,50% maior que o verificado no mesmo mês do ano passado, quando 86.505 sacas foram remetidas ao exterior. As exportações do país, nos nove primeiros meses do atual ano safra (outubro de 2002 a junho de 2003), chegaram a 695.028 sacas, queda de 1,05% em relação ao mesmo período do ano safra 2001/02 — 702.417 sacas.

Fonte: Coffee Break (www.coffeebreak.com.br)

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