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Safra de cana avança no Rio de Janeiro


A chegada do grupo J. Pessoa ao Rio de Janeiro no início de 2002 provocou sensíveis mudanças na atividade agrícola local. "Os canaviais que estavam estagnados ganharam estímulo e estão sendo revitalizados", afirma Haroldo Carneiro, secretário municipal de Agricultura e Desenvolvimento Econômico de Quissamã, onde está instalada a Usina Quissamã, adquirida no mês de dezembro pelo grupo J. Pessoa.

Antes disso, a holding havia incorporado em janeiro do mesmo ano a Usina Santa Cruz, instalada no município de Campos, onde se concentra o setor sulcroalcooleiro do Rio de Janeiro. Nas regiões norte e noroeste do Rio de Janeiro, que compreende, entre outros, os municípios de Campos, Quissamã e Carapebus, a área de cultivo de cana-de-açúcar soma cerca de 100 mil hectares, de onde são colhidos atualmente 5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

"Estimamos um potencial de produção de 8 milhões de toneladas, volume que pode ser atingido nos próximos quatro anos", avalia. Já a área de cultivo tem potencial para crescer 50 mil hectares.

Nestes três municípios estão instaladas nove usinas de açúcar e álcool, das quais sete funcionam em Campos: Usina Santa Cruz, Usina São José, Usina Sapucaí, Usina Paraíso, Usina Barcelos, Usina Cupim e Usina Pureza; uma opera em Quissamã e outra, atualmente desativada, em Carapebus.

Canaviais revitalizados

O aumento da produção previsto para os próximos anos está sustentado no programa de revitalização da lavoura canavieira, implantando em janeiro de 2002, que prevê o cultivo de 3,2 mil hectares até o final deste ano, dos quais 800 hectares foram plantados no ano passado.

Este programa contempla um convênio assinado entre a Usina Quissamã, a Cooperativa Mista de Produtores Rurais e a prefeitura municipal. Pelo acordo, a cooperativa arrendou terras da usina, que estavam ociosas, e fez o plantio da cana-de-açúcar, a prefeitura destinou R$ 5,5 milhões à aquisição de sementes e insumos. Aos 150 produtores beneficiados cabe a manutenção dos canaviais e a colheita da cana.

"Nos responsabilizamos pela comercialização da produção, que inicialmente será totalmente destinada à Usina Quissamã", diz Norman Steiner, presidente da cooperativa. A estimativa é que a primeira colheita resulte em 200 mil toneladas de cana. "Pelo programa serão produzidas 1 milhão de toneladas de matéria-prima em cinco anos", diz. O produtor devolverá sua parte ao longo de cinco anos, destinando 20% do valor arrecadado com a colheita à prefeitura.

Novos programas

Além do grande potencial agrícola, o Rio de Janeiro tem terras cerca de 70% mais baratas que as de São Paulo, principal produtor de cana, açúcar e álcool do Brasil. Além disso, o estado produz apenas de 20% do que consome. Entre os planos do Grupo J. Pessoa está o abastecimento do mercado local. Além dos 3,2 mil hectares previstos no programa de revitalização dos canaviais, a holding vai cultivar 2,5 mil hectares em Quissamã, devendo moer 800 mil toneladas de cana na primeira safra.

Outras duas iniciativas estão em desenvolvimento. O governo do estado do Rio de Janeiro vai reativar no final do mês o Rio Cana, um programa de financiamento, em parceria com o Banco do Brasil (BB), oferecendo acesso ao crédito com prazo de cinco anos e juros fixos de 8% ao ano. Os recursos inicias são de R$ 5 milhões.

Além disso, a prefeitura de Quissamã vai lançar ainda este mês o Projeto de Irrigação do Canto de Santo Antonio, com a finalidade de disponibilizar água para 1,5 mil hectares de terras na região, beneficiando 180 pequenas propriedades. "Nossa previsão é oferecer, de maneira gradual, irrigação a 16 mil hectares, priorizando pequenos agricultores", diz Carneiro.

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