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Safra de laranja deve ser uma das melhores

Estimativa é colher 600 mil toneladas da fruta


Em 2011, investimentos de citricultores em adubação e tratos culturais aumentaram a produtividade

Com os sucessivos investimentos em adubação e em tratos culturais, os pomares paranaenses estão cada vez mais produtivos. Com números ainda não fechados, estima-se que a última safra, encerrada em dezembro, some uma produção em torno de 600 mil toneladas. Na safra anterior, em 2010, foram colhidas 582 mil toneladas de laranja. Esse aumento, segundo especialistas da área, pode ser justificado pelo alto potencial de retorno que a cultura vem proporcionando aos produtores paranaenses, o que os motivou a ampliarem os investimentos.


O engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Paulo Andrade, afirma que além dos investimentos nos pomares, o clima ajudou no desenvolvimento dos frutos. Segundo o especialista, a laranja tem sido uma fonte de renda extra que traz bons resultados aos citricultores. Esse cenário, segundo Andrade também deixa os produtores interessados em ampliar a produção.

Os sucessivos investimentos no setor industrial na produção de suco é outro ponto que impulsiona o plantio da fruta. ''Atualmente temos três principais indústrias no Estado. Duas em Paranavaí, região que chega a esmagar 95% da produção, e uma em Rolândia'', destaca. Segundo o especialista, os investimentos por parte das indústrias ocorrem principalmente na renovação de pomares antigos, adubação e em tratos culturais.

Otacílio Campiolo, produtor da região de Rolândia, é um exemplo de que o investimento nesse setor vale a pena. Com 64 hectares de área plantada, o citricultor estima para a safra de 2011 uma produção de 2 mil toneladas de laranja, ante 1,6 mil do ciclo anterior. Campiolo justifica que o aumento de sua produção se deve ao investimento em tratos culturais que realizou. ''A citricultura é mais uma fonte de renda'', completa.

Campiolo faz parte dos integrados da cooperativa Cocamar que, só nesta safra, espera produzir 7,5 milhões de caixas de 40,8 quilos cada. Só na região de Paranavaí, principal área de atuação da cooperativa, a Cocamar estima que a produção na safra 2011 some 5,2 milhões de caixas, ante 4,8 milhões da temporada anterior. Segundo a assessoria de imprensa da cooperativa, essa deverá ser uma das melhores safras.


Mercado instável

Mesmo com esses bons resultados de produção, a citricultura brasileira passa por um momento delicado, principalmente no que diz respeito à alta concentração setorial. De acordo com Gustavo Aguiar, pesquisador da Scot Consultoria, esse mercado está nas mãos de poucas empresas, o que muitas vezes força os preços pagos aos produtores para baixo. Isso, avalia ele, também pode afetar os produtores paranaenses, já que o valor do produto é balizado no mercado nacional.

Aguiar destaca que os valores pagos aos citricultores, que chega a variar entre R$ 9,50 e R$ 12 a caixa no mercado nacional, não é o suficiente para cobrir os custos de produção. ''A tendência é que esse fenômeno da concentração continue aumentando, o que não é bom para o setor'', lamenta o pesquisador.
Em 2011, investimentos de citricultores em adubação e tratos culturais aumentaram a produtividade
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