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Safra de soja até 10% mais cara em Mato Grosso

Custo de execução do novo ciclo pode chegar a R$ 6,5 bi


Levantamento preliminar da Aprosoja/MT revela que custo de execução do novo ciclo pode chegar a R$ 6,5 bilhões

A safra 11/12 de soja, em Mato Grosso, ficará mais cara em relação aos volumes aplicados no atual ciclo, 10/11. As primeiras projeções apontam que a demanda por recursos poderá superar em 5% e 10% os R$ 5,95 bilhões demandados nesta temporada. Se a estimativa da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT), se confirmar, o custo total poderá atingir R$ 6,5 bilhões. De maneira preliminar, já que o planejamento da safra ainda está em curso, o valor tem como base a expansão de área que pode chegar a 2,5%. Insumos como fertilizantes, sementes, mão-de-obra e outros, também serão determinantes para se fechar a conta da nova safra. “Tudo está em formação e por isso a projeção de custos segue em aberto”, destaca a entidade.


Conforme o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira, com base em dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a produção estadual deverá atingir, em 11/12, 20,8 milhões de toneladas, o que corresponderá a um aumento de quase 11% em relação a atual safra, quando foram cultivados 6,41 milhões de hectares, volume 3,1% acima do registrado na temporada 09/10.

Para o Estado, a nova temporada deverá demandar R$ 8 bilhões, cifras que segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Rui Ottoni Prado, ficará muito próximo do que foi exigido para a safra 10/11. Questionado sobre a projeção de aumento da área plantada, Prado frisa que quando isso ocorre é de uma cultura sobre a outra. “Se aumentar algodão, vai tirar espaço da soja. Não creio em extensões muito grandes fora desta lógica”.

Levantamento da Aprosoja/MT revela que os custos de produção da soja no Estado estiveram em declínio nas últimas três safras, reflexo da redução desvalorização do dólar frente ao real. Em 08/09, a sojicultura estadual exigiu investimentos de R$ 8,50 bilhões, um dos mais altos já registrados. No ciclo 09/10 caiu para R$ 7,19 bilhões e no ano passado atingiu R$ 5,95 bilhões.

PLANO SAFRA – A presidente Dilma Rousseff anuncia hoje o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 que contará com recursos da ordem de R$ 107,2 bilhões. Apesar de o valor ser 7,2% maior em comparação com os R$ 100 bilhões da safra passada, o segmento rural está em alerta, mas uma, em relação ao acesso ao crédito e à velocidade com que os recursos chegarão aos produtores.

Para o presidente da Aprosoja/MT, a oferta de recursos controlados ainda é insuficiente para atender à demanda nacional já que o próprio governo federal tem a intenção de aumentar em 5% a produção brasileira de grãos, fibras e oleaginosas na próxima safra.


Silveira, que se reuniu recentemente com o ministro da Agricultura Wagner Rossi, afirma que “o limite ainda é pequeno, pois a cada ano os produtores mato-grossenses têm condições suficientes para aumentar a produção agrícola no Estado, como farão mais uma vez”.

O presidente da Famato observa que há uma “tendência” de que o produtor possa ofertar mais recursos próprios na formação da nova safra, em razão dos preços históricos das cotações de commodities como soja, algodão e milho. Porém, ele lembra que o Estado tem como prática comercializar grandes volumes da safra de forma antecipada, na maioria dos casos, antes mesmo de plantar. “Quem fez isso, a maioria, não lucrou com a alta do mercado, apenas deve ter calculado um lucro mínimo e seguro que garantisse uma safra no azul e isso deve ser considerado. O bom resultado da safra é uma realidade, mas não do tamanho que se imagina justamente em função das vendas antecipadas”.

RECURSOS - Para as operações de investimento, o governo federal irá disponibilizar R$ 20,5 bilhões. Desses, metade será de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Brasil. “O importante é ter limites de créditos que atendam àqueles que renegociaram suas dívidas e não possuem acesso às linhas disponíveis”, apontou Silveira.

A expectativa do governo federal é de que a produção de alimentos passe de 161,5 milhões para 169,5 milhões de toneladas na nova temporada (11/12). Do total dos recursos, R$ 80,2 bilhões serão usados exclusivamente para custeio e comercialização. Outros R$ 6,5 bilhões financiarão linhas especiais para programas de apoio ao setor sucroalcooleiro e para investimentos.

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