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Safra de soja em Goiás apresenta perdas pontuais e já registra ferrugem asiática

De forma geral, as previsões climáticas indicam o retorno de chuvas regulares


A irregularidade de chuvas e as altas temperaturas registradas entre o final de dezembro e o início de janeiro ocasionaram perdas pontuais em lavouras de soja de alguns municípios goianos. Essa situação, porém, não deve gerar até o momento impactos significativos na produção da oleaginosa, avalia a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO).

“É importante salientar que não tivemos uma falta geral de chuvas, mas sim uma irregularidade maior e volumes menores que no início da safra, com chuvas ocorrendo de forma bastante esparsa”, esclarece o consultor técnico da Aprosoja-GO, Cristiano Palavro. “Portanto, enquanto algumas lavouras estão ainda em condições excelentes, outras tiveram problemas mais graves.”

De forma geral, as previsões climáticas indicam o retorno de chuvas regulares e mais bem distribuídas nas áreas produtoras nesta semana, o que deve limitar efeitos negativos no desenvolvimento das plantações. Volumes maiores são previstos no Centro-Sul goiano.

Ferrugem asiática

Apesar dos poucos relatos de ataques agravados de doenças e pragas até o momento, o primeiro foco de ferrugem asiática desta safra foi identificado em uma área comercial da Universidade Federal de Goiás (UFG) no município de Jataí. Em Rio Verde, também na região Sudoeste, o laboratório de Fitopatologia do Sindicato Rural não encontrou amostras positivas para o fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem, nas mais de 1.100 folhas já analisadas.

Mesmo assim, o caso confirmado em Jataí indica que a doença está presente em lavouras do Estado, o que acende o alerta. “A recomendação é que o produtor rural não retarde e não estenda os intervalos entre as aplicações de fungicidas”, explica o fitopatologista Hércules Campos, do Sindicato Rural de Rio Verde. Outra dica importante é utilizar produtos que contenham dois ou mais princípios ativos na formulação, pois apresentam maior eficácia no controle da ferrugem.

Colheita e comercialização

Nas localidades de pivô central que iniciaram o plantio no começo de outubro, com variedades de soja mais precoces, já é possível encontrar colheitadeiras no campo. No entanto, na maioria das áreas, as plantas estão na fase de enchimento de grãos, algumas encaminhando para a maturação final, afirma o consultor técnico da Aprosoja-GO. Assim, o pico da colheita de soja em Goiás é esperado para a segunda dezena de fevereiro.

Enquanto as lavouras se desenvolvem, os preços da soja recuaram no mercado interno. A valorização do real nas últimas semanas levou as cotações para abaixo dos R$ 70,00 observados no mês passado. Ademais, a elevada oferta internacional da oleaginosa pesou sobre as cotações na Bolsa de Chicago, o que se reflete por aqui. “Este momento de preços menores pode ser passageiro, pois são esperados aumentos no dólar durante o ano, em função principalmente da expectativa de elevação na taxa de juros americana e a contínua instabilidade na política e economia nacional”, avalia Palavro.

Por sua vez, o mercado disponível de milho segue se acomodando ao redor do R$ 30,00 por saca. Já os valores para a safrinha continuam em queda – muitos produtores estão relatando preços nada remuneradores, em torno de R$ 20,00 a saca. Na análise da Aprosoja-GO, esse cenário pode afugentar investimentos mais robustos na segunda safra, com possibilidade de afetar a evolução da área plantada do cereal a partir do final deste mês.

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