Safra de verão pressiona mercado do milho
Safra de verão pressiona mercado do milho
Foto: Pixabay
A análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), referente ao período de 31 de outubro a 6 de novembro e publicada na quinta-feira (6), aponta estabilidade nos preços do milho no Brasil, com “leve viés de alta”. Segundo o levantamento, a média gaúcha foi de R$ 62,31 por saco, enquanto as principais praças do estado mantiveram os R$ 60,00 das semanas anteriores. No restante do país, as cotações variaram entre R$ 48,00 e R$ 63,00 por saco. Na B3, no dia 5 de novembro, janeiro de 2026 operava a R$ 71,72 por saco, março de 2026 a R$ 73,14 e novembro de 2025 a R$ 68,32.
O Ceema avalia que o mercado nacional “tem pouco fôlego para subir” diante da última safra, da valorização do real, que limita exportações, da concorrência externa mais competitiva e do avanço do plantio da safra de verão, ainda que existam “problemas climáticos pontuais”. A instituição observa que, no Brasil, “o clima se torna o ponto central deste mercado”, em especial pelas dificuldades no Centro-Oeste e pela expectativa de incidência do fenômeno La Niña durante a primavera e o verão no Sul.
A comercialização segue abaixo da média dos últimos cinco anos, embora tenha avançado em outubro. O Ceema projeta novas pressões de oferta, já que armazéns do Centro-Oeste devem ser liberados até janeiro para a entrada da safra de soja. Mesmo com possibilidade de exportações alcançarem 42 milhões de toneladas em 2024, os estoques finais devem permanecer elevados.
O plantio da safra de verão 2025/26 atingiu 60% da área prevista no Centro-Sul até 30 de outubro, ligeiramente acima dos 59% registrados no mesmo período do ano anterior, conforme dados da AgRural. Em âmbito nacional, o índice era de 42,8% em 1º de novembro, abaixo da média histórica de 44,5%, segundo a Conab. Os estados mais avançados no plantio eram Paraná (98%), Santa Catarina (89%) e Rio Grande do Sul (86%). Em seguida, apareciam São Paulo (32%), Minas Gerais (13,7%), Bahia (8%) e Goiás (3%).