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Safra maior exige manobra logística


Depois do recorde da colheita de verão, campo ficou sem fôlego para estocar produção histórica de inverno

O aumento da segunda safra de milho no Brasil tem exigido esforço redobrado dos produtores rurais na hora de guardar a colheita de inverno. Fato é que não haverá espaço para toda a produção de inverno e também parte da de verão, que ainda estará nos armazéns.


Diante disso, e da tendência de queda nos preços – que deve apertar as margens de lucro –, o setor produtivo corre em busca de mercado. “O nosso comercial está no Paraná procurando comprador de milho”, diz o superintendente da Cooperativa Agrícola Sul-Matogrossense (Copasul), Gervásio Kamitani, citando a falta de liquidez do produto.

Neste ano, a cooperativa comprometeu apenas 1,2 milhão de sacas de uma produção esperada de 6 milhões de sacas. Nesta época do ano passado, 60% da colheita estavam vendidos. Com perspectiva de aumento da produção, a empresa já está limpando armazéns e silos que mantêm em outras cidades de Mato Grosso do Sul para resguardar o milho. Mesmo assim prevê déficit de 50% na estocagem do cereal.A Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), calcula que o déficit de armazenagem do estado será de 2 milhões de toneladas.

O produtor André Dobashi, de Sidrolândia, tem recorrido a silo bag, alternativa emergencial cada vez mais comum em todos os estados agrícolas do Brasil. “Hoje tenho capacidade para guardar 20 mil sacas no silo de metal [o equivalente a menos de 10% da produção total de milho esperada este ano], mas a minha ideia é construir mais dois com capacidade para 50 mil sacas cada”, revela.


Desde 2008 ele tem executado um plano de expansão anual da lavoura. Somente no último ano, aumentou de 1,8 mil hectares para 2,5 mil o terreno da segunda safra de milho. O objetivo de Dobashi é alcançar a marca de 3,5 mil hectares cultivados. A estratégia do produtor é aproveitar áreas de pastagens que foram degradadas para os grãos.

Nesta temporada, a segunda safra do cereal abocanhou 1 milhão de hectares a mais em relação ao ano passado, conforme o indicador Expedição Milho Brasil. Ou seja, maior fatia do terreno da oleaginosa foi destinada ao grão de inverno.

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