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Safra precoce derruba preços da soja


O início da colheita de variedades superprecoces de soja em Minas Gerais e São Paulo, previsto para esta semana, está obrigando produtores a desovarem os estoques da safra antiga a preços entre US$ 8 e U$ 9/saca, abaixo do custo e da média histórica de US$ 10/saca.

O produtor não tem opção, pois o possível cenário de melhora dos preços é só para o segundo semestre. Mesmo assim, só haverá uma boa perspectiva se a próxima safra dos Estados Unidos for ruim, disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Gustavo Gonçalves. Como não há perspectiva de melhora até a colheita da safra 2004/2005, o produtor está tendo de vender a soja a preço de banana.

A entidade estima que entre 10% e 20% da safra 2003/2004 nos dois estados ainda esta estocada até o início da colheita. A indústria começa a pressionar o produtor que entregue a soja e libere espaços na estocagem, completou Gonçalves. Ele lembrou também que a crise no setor começa a estimular o surgimento de entidades regionais de produtores de soja, como a Aprosoja criada no início do mês no Mato Grosso. É muito bom que isso ocorra, pois é difícil a entidade nacional atender à demanda de todos. O pessoal do Mato Grosso irá pressionar os políticos locais e as próximas entidades regionais serão as de São Paulo e de Minas Gerais, explicou Gonçalves.

Maringá - A Cocamar ainda detém em seus armazéns, em Maringá, cerca de 140 mil toneladas de soja da safra 2003/04, o que corresponde a quase 26% do total de 540 mil toneladas entregues pelos produtores. A esse volume somam-se outras 120 mil toneladas de milho. Com a queda dos preços, que atualmente chega a 50% em relação ao mesmo período em 2004, os produtores estão evitando comercializar, acreditando ainda em uma possível reação das cotações e, dessa forma, diminuir um pouco o prejuízo.

O superintendente comercial e industrial Celso Carlos dos Santos Júnior lembra que o produtor deve rever seu posicionamento e evitar deixar grandes quantidades para vender, sobretudo na safra seguinte. O ideal, segundo ele, ainda é parcelar as vendas, negociando um pouco por mês: a fórmula, antiga e bastante conhecida dos agricultores, é eficiente porque garante um preço médio. Ou seja: não se ganha muito, mas também não se perde tanto.

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