Safra transgênica revolucionária chega na Nigéria
Esta nova variedade levou 40 anos para ser desenvolvida
Após décadas de pesquisa, os agricultores da Nigéria estão finalmente cultivando uma versão transgênica de uma leguminosa básica que ajudará milhões de pessoas a combater a fome e a pobreza no país. O novo feijão-caupi transgênico, resistente a uma praga devastadora, reduz as aplicações de pesticidas a apenas duas por temporada e também é resistente a duas ervas daninhas parasitas.
Em julho passado, pela primeira vez, agricultores de subsistência na Nigéria plantaram uma nova variedade de feijão-caupi geneticamente modificado que promete aumentar a segurança alimentar de mais de 200 milhões de nigerianos. Isso segue após a decisão tirada em dezembro de 2019, quando a Nigéria se tornou o primeiro país do mundo a aprovar a comercialização do feijão-caupi transgênico.
Esta nova variedade levou 40 anos para ser desenvolvida por uma equipe de devotados cientistas africanos e internacionais: 20 anos para melhorar suas características por meio do melhoramento tradicional e outros 20 anos usando a engenharia genética para desenvolver resistência à praga destrutiva da broca da vagem ( Maruca vitrata ), também chamada de Maruca.
Famílias agricultoras compreendem cerca de 70% da população nigeriana, e a maioria vive em parcelas de meio acre (cerca de 2.000 metros quadrados ou um quinto de um hectare) onde cultivam sorgo, painço, mandioca, inhame, banana-da-terra e, mais importante, feijão-caupi. O feijão nhemba é consumido diariamente pela maioria das famílias, seja fervido e servido com arroz ou fermentado e cozido em óleo para fornecer um saboroso prato local conhecido como akara. Os caules também são forragem nutritiva para o gado e qualquer colheita adicional pode gerar dinheiro no mercado local.