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Safrinha de milho pode dobrar para 4 milhões de toneladas no Paraná


A decisão da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura sobre a adoção do Proagro na safrinha de milho precisa ser anunciada ainda essa semana, para que tenha algum reflexo no plantio das lavouras no Paraná. Segundo representantes do setor no estado, que responde por quase 50% da área da safrinha no País, uma decisão positiva pode contribuir para que se cumpram as estimativas de produção superior a 4 milhões de toneladas nesse ano.

"O plantio já começou, mas algumas áreas ainda podem ser beneficiadas se a decisão vier rapidamente", diz Nelson Costa, gerente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Costa, que representou a entidade na reunião com membros do ministério, na semana passada, disse estar otimista.

O Proagro garante os financiamentos obtidos para lavouras que estejam de acordo com o zoneamento agrícola do Ministério da Agricultura. No caso da safrinha, esse zoneamento ainda não foi realizado no Paraná, que é o maior produtor do País. "Solicitamos ao governo que adote o trabalho feito pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). O produtor se sentiria mais seguro e estimulado", diz.

"A decisão é aguardada com ansiedade, já que sem o Proagro alguns produtores podem sair do milho e optar pelo plantio do trigo", afirma Otmar Hubner, representante do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria de Agricultura do Paraná. A urgência do anúncio está ligada ao fato de que em muitas regiões do estado as lavouras já estão em andamento.

Risco maior

As áreas que ainda podem se beneficiar estão no norte, noroeste e oeste, onde o plantio pode ser feito até o final de março. Essas regiões representam mais de 40% da produção do milho safrinha do estado. "É preciso destacar, porém, que quanto mais tarde é preparada a lavoura, maior é o risco."

De acordo com o Deral, a expectativa do milho safrinha é de crescimento de 19% da área plantada, que passará de 986 mil hectares para 1,17 milhão de hectares. Com isso, a produção poderá alcançar 4,1 milhões de toneladas. O volume é praticamente o dobro do ano passado, quando foram colhidas 2,1 milhões de toneladas.

Diante da expectativa de uma safra de verão de 7,5 milhões de toneladas de milho, uma colheita plena na safrinha significará para o estado uma produção global de 11 milhões de toneladas do cereal.

"O produtor está estimulado pelo preço, que está na faixa de R$ 20,9 a R$ 22/saca. O trigo, que compete com o milho safrinha, está na faixa de R$ 29 e é boa opção."

Ubirajara Alves

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