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Saiba as perspectivas para o milho

Para o 2ª semestre de 2022 a perspectiva é de uma grande safrinha


Foto: Eliza Maliszewski

Nosso cenário base ainda aponta pouco espaço para quedas significativas das cotações em Chicago nos próximos meses, a despeito da consolidação da boa safra norte-americana. Isso porque ainda é esperado que o balanço local de oferta e demanda siga sem grandes folgas mesmo assumindo que as exportações deverão cair em relação ao ano safra anterior. Adicionalmente, o balanço global também deverá seguir com uma relação estoque/uso baixa do ponto de vista histórico a despeito de uma boa safra na América do Sul.

Além disso, as perspectivas de altos preços do trigo e também a possibilidade de redução de área de milho na próxima temporada nos Estados Unidos - face às elevações dos fertilizantes - deverão ajudar na precificação do cereal. Entretanto, é importante ter no radar que existem fatores que poderão influenciar negativamente o valor da commodity. O primeiro deles segue sendo as preocupações com os possíveis impactos das baixas margens de suínos na China sobre a necessidade de importação do grão em um cenário de boa safra no país.

Para o Brasil, preocupações já existem com o desenvolvimento da safra de verão no Rio Grande de Sul, o que poderá precipitar revisões para baixo da produção e, consequentemente, reduzir a disponibilidade de milho no Brasil no primeiro semestre. Isso, por sua vez, poderá conter as pressões recentes sentidas nas cotações dos grãos.

Para o 2ª semestre, no entanto, a perspectiva de uma grande safrinha - a despeito do aumento das preocupações em relação à total disponibilidade de insumos para quem deixou para comprar de última hora – deverá reduzir o prêmio das cotações locais sobre as exportações. 

Veja os acontecimentos recentes:

Assim como o observado no mercado de soja, as cotações do milho em Chicago iniciaram dezembro em patamares ligeiramente superiores aos observados no início de novembro. O contrato com vencimento em dezembro, por exemplo, subiu 0,5% no período, negociado na 4ª feira (8/12) a USD 5,84/bu. Para Setembro/22, entretanto, contrato que reflete parte da safrinha no Brasil, os preços andaram de lado, com o milho cotado a USD 5,65/bu.

Apesar da revisão para cima pelo USDA da utilização de milho para a produção de etanol nos Estados Unidos e uma consequente redução das projeções de estoques finais na safra 2021/22 em relação ao esperado em outubro, o bom andamento da colheita no país atrelado aos movimento de aversão ao risco derivado das incertezas em relação ao impacto da nova variante da Covid-19 pesaram sobre o mercado.

É válido ressaltar que tais fatores também se sobrepuseram às influências positivas das altas de trigo no período – diante da piora projetada da produção global e das restrições de exportações impostas pela Rússia – e da aceleração das exportações dos Estados Unidos, embora ainda estejam em patamares inferiores aos do ano passado.

No Brasil, as cotações voltaram a ceder diante da redução das exportações aliada ao bomavanço da semeadura e desenvolvimento da 1ª safra, embora algumas regiões do Rio Grande do Sul já tragam preocupações. O indicador Esalq BM&F/Bovespa do milho foi negociado no dia 6/12 a R$ 86,1/sc, queda de 1% desde o início de novembro.

Entretanto, é importante destacar que em novembro o Brasil importou 621 mil toneladas de milho, alta de 197% sobre o mesmo mês em 2020. Já as exportações apresentaram redução de 49% no mesmo período, com o Brasil embarcando apenas 2,4 milhões de toneladas.

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