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Saldo estadual é o 2º maior da história

Ao contabilizar mais de US$ 13,3 bilhões em 2017, cifras se tornaram as maiores desde 2000, perdendo apenas para os US$ 14,11 bi faturados em 2013


A Balança Comercial de Mato Grosso fechou o ano de 2017 com o segundo maior valor da série histórica local, iniciada em 2000, ao contabilizar US$ 13,3 bilhões. O resultado só perde em faturamento para o registrado em 2013 quando o saldo foi de US$ 14,11 bilhões. Os números, como destaca o economista Carlos Vitor Timo Ribeiro, da PR Consultoria, em Cuiabá, o fechamento do ano passado foi o 3º maior do país, atrás apenas do contabilizado em Minas Gerais e Pará.

A Balança é resultado de toda movimentação registrada no Estado, considerando o faturamento originado com as exportações menos os valores desembolsados para as importações. No ano passado, Mato Grosso contabilizou receita de US$ 14,72 bilhões, volume 17% acima do realizado em 2016. Já as importações somaram US$ 1,40 bilhão, 18,45% superior a 2016.

Considerando o saldo da Balança Comercial do país em US$ 66,98 bilhões, Mato Grosso, além de ser o terceiro maior resultado do período, contribuiu sozinho com quase 20% do total. O Brasil registrou de 2016 para 2017 o maior incremento anual do saldo comercial, com crescimento de 40,49%. O economista pontua ainda que no ranking das exportações estaduais, “Mato Grosso ocupou a 6ª posição, ao faturar US$ 14,73 bilhões, contribuindo com 6,7% do montante total do país. Mais do que contabilizar a maior receita desde 2015 com as vendas internacionais, o Estado registra grande destaque no contexto nacional do comércio exterior”.

O economista da PR Consultoria, Carlos Vitor Timo Ribeiro, chama à atenção para os resultados com a seguinte ressalva: “O saldo positivo, seja sobre a receita das exportações, como da Balança Comercial, se deram sobre um cenário de inversão, que passou de uma período de ‘ganho cambial’ para um de ‘perdas’, por conta da valorização do real sobre o dólar”.

Como ele explica, “o efeito do câmbio em nossas vendas externas em 2017, infelizmente inverteu o sinal e agora mostra uma ‘perda’ de R$ 795,31 milhões por conta da depreciação de 1,6% do dólar frente ao real”. Em dezembro de 2016, o dólar teve cotação média de R$ 3,351 ante média de R$ 3,297 em igual mês do ano passado. Dessa diferença de valores é que Timo Ribeiro extraiu a perda cambial, com o dólar 1,6% desvalorizado na comparação anual.

“Com o dólar médio de dezembro passado, as exportações totalizam R$ 48,56 bilhões, contra R$ 49,35 bilhões considerando o dólar médio de dezembro de 2016, daí a diferença negativa de R$ 795,31 milhões que denominamos ‘perda cambial’ com reflexos negativos para a economia mato-grossense, que tem nas exportações, contribuição expressiva na formação histórica do PIB estadual”, argumenta.

A BASE - A pauta das exportações do Estado, como elenca Timo Ribeiro, esteve mais uma vez concentra nas vendas de commodities agrícolas. “Continua havendo forte concentração da pauta com os produtos soja, milho, carnes e algodão, respondendo por 96,7% do total exportado com liderança do grupo soja, respondendo por 61% da receita total do Estado”.

Além dos 61% garantidos pelo complexo soja (grão, farelo e óleo), o restante veio das participações do milho, com 19,3%, pelo conjunto carnes (aves, bovino e suínos) com outros 10,4% e pelo algodão com mais 6%.

As exportações do grupo soja totalizaram US$ 8,98 bilhões registrando crescimento de 17,4% em valor, por conta do aumento dos embarques físicos de soja em grão de 18,01 milhões de toneladas, de 4,24 milhões de toneladas de farelo e de 242 mil toneladas de óleo de soja. “Vale registrar o aumento de quase 80% no preço da glicerina que é parte desse grupo, por ser subproduto da produção de biodiesel, feito a base de óleo de soja. As vendas externas de farinha e pellets caíram em volume físico e valor de faturamento, mas se manteve como terceira maior quantidade física embarcada, superando o quantitativo do óleo de soja. No período, respondemos por 26% do total dos embarques de soja-grão do país, por 38% do farelo, por 18% do óleo de soja e por 44% do volume exportado de farinha e pellets e por 24% de glicerina, indicadores que mostram bem a importância dessa cadeia industrial instalada aqui no Estado”, destaca Timo Ribeiro.

O valor total exportado de US$ 3,74 bilhões no ano passado superou em 15% as vendas de 2016 por conta das vendas de milho que responderam por 76% do montante total, apesar da queda de 7% na cotação do produto. “É importante registrar que o volume físico de 18,28 milhões de toneladas de milho embarcadas em 2017 cresceram 27,6% e foram um pouco maiores que as vendas de soja em grão que somaram 18, 01 milhões de toneladas no mesmo período”.

As vendas de algodão cresceram apenas 6,7% em valor, mantendo praticamente estável o volume físico embarcado. “No ano passado, respondemos por 62% das vendas físicas de milho e por 65% do algodão exportado pelo país, o que nos consolida e credencia como importante player do agronegócio nacional e internacional”. As exportações da cadeia produtiva da carne totalizaram US$ 1,53 bilhão, registrando crescimento de 19% em relação a 2016. A carne bovina, com receita de US$ 1,22 bilhão, vem sustentando a 4ª posição na pauta externa estadual, registrando aumento de 29% em valor e 23% em volume, superando a crise da “operação Carne Fraca”, que marcou o segmento no ano passado”.

A carne suína mesmo tendo queda de quase 10% nos embarques físicos, cresceu 8% em faturamento por conta do aumento de quase 20% no preço internacional. As vendas de carne de aves tiveram desempenho negativo, caindo 26% em relação a 2016. Os embarques de couro foram 38% menores no volume físico embarcado, apesar do aumento de 12% no preço externo. “No ano passado respondemos por 20% das exportações de carne bovina do país, por 2% da de aves e por 6% da carne suína, índices que continuam ainda bem aquém de nosso potencial, exceto carne bovina. Aqui em Mato Grosso temos o menor custo para a produção de ração animal do país, por ser o maior produtor de soja e de milho, daí o enorme potencial de crescimento para a avicultura e para a suinocultura que deverá acontecer a médio e longo prazo, sem nenhuma dúvida”.

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