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Sanidade animal recebeu US$ 1,7 bi nos últimos dez anos


"Entre 1992 e 2002, foram gastos US$ 1,7 bilhão em vacinas, medicamentos e investimentos dos estados, para o controle das doenças de animais no Brasil". A afirmação é do diretor do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Cavalléro, que mostra o empenho do governo brasileiro nos cuidados da sanidade animal e que tem sido colocado em xeque no mercado internacional. Desde o final do ano passado, a Rússia mantém embargo às exportações de carne suína de Santa Catarina, quando foi detectada a presença da doença de Aujeszky no estado. Apesar de todos os animais infectados já terem sido sacrificados, o governo russo mantém a proibição dos embarques brasileiros, segundo o diretor da Defesa Animal.

Para analistas do mercado, estão surgindo dificuldades às exportações de carnes brasileiras, devido à grande oferta do produto nacional em 2002 e que ameaça a participação de alguns países fornecedores mundiais. Entre as doenças que criam barreiras para as exportações mundiais de carnes, como febre aftosa, newcastle e peste suína clássica, de acordo com a Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE), o País está atualmente sem registro de ocorrências, de acordo com Cavalléro.

Embargo russo

O embargo russo em relação às exportações de suínos tem soado ao mercado mais como um problema comercial. "Queremos ir à Rússia para mostrar os cuidados sanitários do nosso rebanho, mas não conseguimos agendar uma visita", diz Cavalléro. Para o diretor da Defesa Animal, com a viagem o argumento russo sobre problemas sanitários na criação dos animais no Brasil seria facilmente derrubado. No início de fevereiro de 2003, em visita ao País, o ministro de Alimentos de Moscou, Alexander Baburin, disse que a Rússia, em contrapartida às compras de carne, tem a intenção de fornecer trigo.

Restrição de importações

O Brasil também está negociando com a Rússia a restrição imposta pelo país à importação de carne suína e de frango. A partir de abril de 2003, o governo local estabeleceu uma cota de 337 mil toneladas de carne suína a serem importadas de todos os países nos próximos quatro anos, com taxa de 20%. Acima desse volume, a taxa sobe para 80%. No segmento de frango, os russos fixaram um limite de 42 mil toneladas para as importações do produto brasileiro, com a proibição de embarques extra-cota.

"Os russos fizeram cálculos baseando-se em períodos que o Brasil estava iniciando suas exportações para a Rússia", explica o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Amauri Dimarzio. A Rússia utilizou os anos de 1999 a 2001 como base para o cálculo das cotas, que estavam bem abaixo do potencial brasileiro. Somente em 2002, o Brasil exportou 295,74 mil toneladas de carne de frango e 377,09 mil toneladas de carne suína para o mercado russo. O governo brasileiro propõe que seja considerado para o cálculos das cotas as importações do período de 2000 a 2002.

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