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Santa Catarina perde 19,7 mil litros de leite ao dia


Cerca de 19,7 mil litros de leite são desperdiçados todos os dias em Santa Catarina durante os meses quentes do ano. A perda média de 1% de tudo o que é produzido no Estado, calculada por técnicos das cooperativas que fornecem leite para a indústria de beneficiamento da Batávia, deve-se ao manejo inapropriado do leite durante a ordenha, armazenamento e transporte. O verão é um perigo para a bovinocultura de leite porque o calor facilita a proliferação dos microorganismo que degradam o produto. No ano passado, Santa Catarina produziu aproximadamente 720 milhões de litros de leite, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Cooperativa de Produção e Consumo Concórdia (Copérdia), que atua no Alto Uruguai, maior bacia leiteira do Estado, tem alertado os 2,3 mil produtores da região sobre as ações que devem ser adotadas durante o verão para diminuir o impacto do calor sobre a produção catarinense.

Segundo o engenheiro agrônomo Flávio Durante, o produtor precisa redobrar os cuidados com a higiene em todas as etapas da ordenha. Ele lembra que alguns procedimentos considerados corretos durante os meses mais frios são inapropriados nos dias de temperatura alta. Um dos fatores críticos é a temperatura do leite logo depois da ordenha. De acordo com o Plano Nacional de Qualidade do Leite, que por enquanto é facultativo, o leite deve atingir a 4º C até três horas depois da ordenha.

O maior problema encontrado pelos técnicos para amenizar os estragos provocados pelas altas temperaturas é a falta de capacidade de investimento do produtor. Os equipamentos necessários para garantir uma ordenha de qualidade custam R$ 75 mil. Apenas 35% dos produtores do Alto Uruguai têm na propriedade a ordenhadeira mecânica e um modelo mais moderno de resfriador.

Uma das soluções encontradas pela Copérdia é fomentar o surgimento de grupos de pequenos agricultores, que vão adquirir e usar os equipamentos em conjunto. Até 2005, quando o Programa Nacional de Qualidade do Leite entrará em vigor, todos os produtores devem possuir os equipamentos.

Segundo o Instituto Cepa, o ano passado foi de recuperação para a bovinocultura de leite. Os produtores estão recebendo neste momento, em média, R$ 0,38 por litro de leite. Em janeiro do ano passado, a cotação média era de R$ 0,27. Para o restante do ano, a previsão é de preços firmes para os produtores. A entidade aponta que essa tendência é indispensável, já que muitos produtores, nos últimos meses, tiveram os custos de produção elevados de maneira significativa.

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