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SC aciona a embaixada na Rússia


Representantes da diplomacia brasileira se reúnem hoje com técnicos em Moscou para atestar o controle da sanidade do rebanho suíno catarinense e retirar o embargo às exportações de carne.

A suinocultura catarinense toma a primeira medida prática contra o embargo às exportações de carne suína.

Acionada pelo Estado, através do Ministério da Agricultura, a embaixada do Brasil em Moscou tem audiência hoje com autoridades russas para tentar retomar as importações, suspensas nesta terça-feira devido à ocorrência do vírus Aujeszki no rebanho.

Na reunião, serão apresentados relatórios comprovando que a doença está praticamente erradicada do Estado e não representa risco à saúde humana ou de contaminação do gado. Segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, não há justificativas técnicas para a suspensão das importações, já que a doença está controlada. O ministério mandou documentos para a Rússia comprovando o controle da doença. Os técnicos interromperam o recesso de fim de ano para tentar reverter a situação.

Hoje também haverá uma reunião em Chapecó, convocada pelo Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarne), para que produtores e indústrias possam discutir o assunto. Há preocupação com os prejuízos que o embargo vai provocar na cadeia produtiva. O setor fatura cerca de US$ 50 milhões por mês na exportação de carne suína à Rússia.

Assim que soube do problema, o secretário de Estado da Agricultura, Otto Luiz Kiehn, fez contato com a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, que imediatamente acionou a embaixada do Brasil em Moscou. Os representantes do Brasil vão repassar ao governo informações sobre o programa de erradicação da Aujeszky, que vem sendo realizado desde 2001 e praticamente já controlou a doença.

O vírus foi detectado em 37 mil animais, o que corresponde a 1,5% do total do rebanho suíno do Estado. Destes, 90% já foram abatidos. Nas propriedades afetadas foi realizado um rígido trabalho para evitar novos focos.

Kiehn está confiante num resultado positivo da reunião. “A expectativa é positiva. Vamos reverter a situação”, afirmou. Caso a audiência não dê o retorno esperado, o governo federal se comprometeu em enviar técnicos à Rússia, para que o embargo seja suspenso o mais rápido possível.

O secretário disse que não há motivos técnicos que justifiquem a suspensão dos negócios, já que a ocorrência da doença era de conhecimento dos russos. Para ele, a decisão foi resultado de especulação do comércio internacional. “Quando uma notícia como esta sai, há forte pressão por parte dos concorrentes para que os negócios sejam suspensos”, afirmou.

O diretor de Vigilância e Defesa Sanitária da Secretaria de Estado da Agricultura, Adelino Renúncio, explicou que o programa de erradicação é oficial e que o técnico russo que acompanha os embarques no porto de Itajaí tinha total conhecimento do trabalho. Renúncio explicou que o programa de erradicação - que custa R$ 5 milhões - é na verdade um avanço, já que deixará o Estado livre de mais uma doença.

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