SC quer provar ao mundo que não tem aftosa
Objetivo é conquistar o certificado da OIE de zona livre da febre
Santa Catarina quer provar ao mundo que não tem aftosa e, com isso, exportar mais carne de suínos e aves. Apesar de não registrar um foco de aftosa há 15 anos e não vacinar há seis, o Estado ainda não tem seu status sanitário reconhecido internacionalmente.
Por isso, os produtores, agroindústrias e o governo do Estado estão num esforço conjunto para buscar o certificado de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Para provar que o vírus da doença não circula no Estado, desde a semana passada estão sendo coletadas amostras de sangue de 11 mil bovinos. De acordo com o diretor de Qualidade e Defesa Agropecuária da Secretaria de Agriculta do Estado, Roni Barbosa, as amostras serão encaminhadas a um laboratório do Ministério da Agricultura.
As análises devem confirmar que Santa Catarina não tem a presença do vírus. O responsável pela coleta em Chapecó, o médico veterinário da Companhia de Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Paulo Heine, disse que as propriedades foram divididas em unidades pecuárias de amostragem e definidas através de sorteio.
O número maior de coleta será nas propriedades próximas das divisas entre Paraná e Santa Catarina.
Pressão sobre governo federal para acelerar os trâmites
O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, afirmou que vai aproveitar o Encontro da OIE, que começa amanhã, em Florianópolis, para pressionar o Ministério da Agricultura a agilizar a busca do certificado internacional.
Roni Barbosa está otimista, pois o Ministério da Agricultura fez uma auditoria no Estado e considerou que, fazendo alguns ajustes, a defesa sanitária está apta a reivindicar o certificado.
No início de 2007, o ministério deve encaminhar a documentação para o comitê científico da OIE. Caso seja aprovado, em maio, quando ocorre a reunião anual da entidade, em Paris, Santa Catarina poderá ser homologada como Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação.
O diretor técnico da Cidasc, Gécio Meller, informou que o certificado vai retirar a barreira para exportação para mercados mais exigentes.