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Se não cumprir vazio sanitário Goiás pode perder R$ 642 milhões

O alerta é uma iniciativa da FAEG, da Agrodefesa e da Seagro


Inicia nesta sexta-feira, 1º de julho, o vazio sanitário da soja em Goiás. O alerta é uma iniciativa da FAEG, da Agrodefesa e da Seagro
 
Com a finalidade de evitar que o produtor goiano tenha um prejuízo de cerca de R$ 642 milhões com danos causados pela ferrugem asiática, inicia nesta sexta-feira (1º) o vazio sanitário da soja em Goiás. O período se estende até 30 de setembro. O alerta é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e da Secretaria Estadual da Agricultura Pecuária e Irrigação (Seagro).

De acordo com estimativas da Faeg, a ferrugem causa uma perda média de 5% da produção, fora os gastos com combate à doença. A projeção para a próxima safra é que Goiás tenha um aumento de 2% da área plantada, de 2,605 milhões de hectares atuais para 2,652 milhões de hectares. Se mantida a produtividade de 3,2 mil quilos por hectare e caso o produtor não realize um vazio sanitário adequado e eficiente, a perda pode ser de 424,38 mil toneladas de soja, ou 7 milhões de saca. Sendo R$ 35 a saca, o valor perdido só pela doença seria de R$ 247 milhões. Os gastos com controle da ferrugem chegariam a R$ 395 milhões.

Na safra 2009/2010, os 5% perdidos com a doença corresponderam a 6,5 milhões de sacas de 60 quilos. Considerando o preço médio da saca de R$ 35, o prejuízo é de R$ 227 milhões. “Já o custo pelo controle da soja correspondeu naquela safra a R$ 148,96/hectare, o que gerou no ciclo 2009/2010 um prejuízo de R$ 379 milhões. Totalizando R$ 606 milhões”, calcula o assessor técnico da Faeg, Leonardo Machado.

Segundo ele, foram registrados em Goiás na safra 2009/2010, 510 casos de ferrugem asiática na soja. Na última safra, os casos registrados totalizaram 69 casos. Essa queda se deve a um bom cumprimento das regras do vazio sanitário e, principalmente, pelas condições climáticas que antecederam a safra, em 2009/10 o ciclo foi antecedida por um alto volume de chuva, o que não permitiu um vazio sanitário eficiente, o que não ocorreu na última safra, que foi precedida de pouco ou nenhum volume de chuva.

Ferrugem asiática
O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, explica que a ferrugem asiática é tão agressiva que se não ocorrer um controle eficiente o produtor pode ter um prejuízo de 70% a 80% de sua safra. “Estes prejuízos afetam não apenas o produtor rural, mas toda a sociedade, pois este valor deixar de gerar impostos e criar empregos, por exemplo”, diz.

José Mário diz também que ciente da importância da conscientização de todos quanto ao respeito ao vazio sanitário, a Faeg, por meio dos Sindicatos Rurais, trabalhará na divulgação e na disseminação desta campanha.

O representante da Agrodefesa, Crésio Gomes de Morais, ressaltou que a agência possui atualmente 300 fiscais no interior do Estado para orientar e fiscalizar o produtor rural quanto às medidas para o vazio sanitário. “Antes do início do vazio, nós já percorremos as área produtoras para informar o sojicultor sobre o período, distribuímos folders com orientações básicas, entre outras ações explicativas”, conta. Agora, o próximo passo é fiscalizar as áreas e caso as normas não sejam atendidas, o produtor pode ser multado em R$ 250 por hectare.

Para o subsecretário da Seagro, José Manoel Caixeta Haun, o controle da ferrugem asiática fica muito mais fácil quando todos os envolvidos estão cientes da necessidade da ação e se mobilizam para que o problema não volte a tomar proporções drásticas como ocorreram em safras passadas.

Regras

Durante o período de vazio sanitário, os produtores devem fazer o monitoramento da propriedade e já terem eliminado todas as plantas vivas de soja, mesmo aquelas que nascem entre outras culturas e nas margens das estradas vicinais e corredores de acesso à propriedade.

Este ano a Agrodefesa pretende intensificar o cerco em torno dos produtores que não cumprirem o prazo estabelecido. A Agência conta com 700 fiscais em quase todos os municípios goianos. A meta é fiscalizar todas as fazendas produtoras do grão em Goiás. A multa é de R$ 250 por hectare com soja viva.

Sintomas

As plantas infectadas apresentam desfolha precoce, que compromete a formação, o enchimento de vagens e o peso final do grão. Quanto mais cedo ocorrer a desfolha, menor será o tamanho do grão e, consequentemente, maior a perda de rendimento e de qualidade. Sem uma planta hospedeira viva para o fungo completar o ciclo de vida e disseminar novos esporos, o fungo da doença pode ficar viável no ambiente num período de até 60 dias. Passado este período, sem o hospedeiro, a doença não prolifera.

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