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Sead capacita agricultores para a Biofach 2017

Oficina fornece dicas sobre planejamento da exportação, formação de preços e como funciona o mercado alemão


Representantes das seis cooperativas de agricultores familiares selecionadas para a Biofach 2017 participaram nos dias 13 e 14 de dezembro da oficina de capacitação para o evento, realizada pela Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead). Em fevereiro, eles vão expor seus produtos no estande Brasil - Family Farming, em Nuremberg, na Alemanha. 

Na oficina, os produtores tiveram a oportunidade de ouvir e tirar dúvidas com grandes especialistas da área da exportação. Nas palestras, foram apresentados os cenários de exportação, mecanismos e instituições que podem auxiliar na capacitação dos empreendimentos, dicas sobre planejamento para exportações, formação de preços, negociações em ambiente internacional além de conhecer mais sobre o mercado e a cultura alemã e receber dicas de como se portar e preparar para obter sucesso na feira.

A Biofach é uma grande oportunidade para os agricultores familiares apresentarem seus produtos e fazerem negócios no exterior. “Se a gente pesquisar no histórico de exportações agrícolas, 28% tem participação da agricultura familiar. Esse dado já revela que é necessário um olhar para o setor no que se diz respeito à exportação. Nossos produtos são de boa qualidade e têm boa aceitação no mercado internacional. Muitas cooperativas já exportam e outras querem e podem exportar, só não têm ainda os mecanismos precisos para isto. E facilitar o acesso a estes mecanismos é nossa função, por isso a capacitação inclui parceiros como a Apex-Brasil, Sebrae e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC)”, afirma Heloísia Fontes, Analista de Políticas Sociais da Sead. 

Hur Ben Corrêa, chefe da Assessoria Internacional de Promoção Comercial (AIPC), conta que a Sead entende a importância de apoiar os agricultores na exportação. “Essa área vai ganhar bastante destaque daqui pra frente. Existe uma percepção da Secretaria que é uma área importante, não só a comercial, mas também aquela área que negocia proteção, juros e taxação para os produtos da agricultura familiar”. 

Eraldo dos Santos, analista de acesso a mercados do Sebrae, participou do segundo dia de oficina e deu várias dicas de planejamento e capacitação para os produtores. Ele afirma que o Brasil tem muito que ganhar com a exportação de produtos dos agricultores familiares e que uma melhora das exportações do país passa, necessariamente, pelos pequenos empreendedores. Ele ressaltou que são muitos os benefícios de exportar: “O produtor pode diversificar o seu faturamento, não dependendo somente do mercado doméstico. É uma das formas de ele dividir o faturamento em várias fontes de receita para que tenha equilíbrio das contas”. 

A oficina também foi uma grande oportunidade para os produtores trocarem experiências entre eles. Evandro Weber, proprietário da Weber Haus, já tem mercado internacional para a sua cachaça. Do interior do Rio Grande do Sul, sua cachaçaria já faz negócio com 16 países e exporta cerca de 30% da produção. Evandro afirma que as oportunidades para exportação surgiram a partir de feiras locais, muitas vezes organizadas com a Sead, então Ministério do Desenvolvimento Agrário. “Nesses eventos também apareciam pessoas do exterior. Eles tinham curiosidade de saber sobre o nosso produto. Os primeiros contatos foram por e-mail, ligações, até começarmos a participar de feiras internacionais”. 

Evandro Weber já esteve em outras edições da Biofach. “Na feira, a gente fica frente a frente com o cliente tendo a chance de negociar e fazer parcerias mais fortes. O contato pessoal é sempre mais fácil do que um e-mail, que é muito frio”, ressalta. A Weber Haus já recebeu vários prêmios, entre eles o troféu “O Sul Familiar Expointer” e diversas certificações, como o top 100 melhores do Ano da Gastronomia, da Academia Brasileira de Honrarias ao Mérito.

O produtor de arroz Luiz Fernando Bendo, da cooperativa Coopersulca, localizada no extremo sul de Santa Catarina, vai participar pela primeira vez da Biofach. Ele já exporta produtos da cooperativa e afirma que pretende fazer novos clientes e resgatar antigos. Para ele, a capacitação só aumentou as expectativas para o evento. “É fundamental esse trabalho de nos preparar para fazermos uma feira bem feita, ensinando como tratar, como receber, como conversar, quais os caminhos, os passos. Eu acho muito interessante e produtivo". 

Michelle Damascena do grupo Coodapis, de Pernambuco, conta que muitos cooperados não acreditam que são capazes de exportar e que trabalhar com o mercado exterior é somente para as grandes empresas, mas ela nunca deixou de acreditar e afirma que a oficina só reforçou seu pensamento. “Independente do tamanho que seja, a exportação é possível, desde que você se organize e trabalhe para isso. Vou passar tudo que vi aqui para eles e falar que tem gente tão pequena quanto nós que consegue e por que a gente não? Temos que acabar com a ideia de que somos incapazes”, disse.

Além de técnicos da Sead, participaram da capacitação especialistas do Sebrae, Apex-Brasil, MDIC e a empresa alemã de cooperação técnica GIZ, que executa convênios firmados entre o governo alemão e o governo brasileiro. 

Sobre a Biofach
 
A Biofach é considerada a maior e mais importante feira de orgânicos do mundo. O evento acontece de 15 a 18 de fevereiro, em Nuremberg, na Alemanha. A feira será uma vitrine da agricultura familiar do Brasil para o mundo. Os expositores poderão mostrar os produtos, as formas de gestão e as histórias das cooperativas. Além de técnicos da Sead, a delegação também vai contar com a Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica (Ciapo) e do Sebrae.

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