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Seagro discute fim da vacinação contra febre aftosa

A definição caberá ao setor produtivo de carne definir


Os primeiros tópicos para a campanha anual de vacinação dos rebanhos bovino e bubalino contra a febre aftosa começaram a ser definidos ontem (18.03). O assunto foi tratado em reunião entre o secretário de Estado de Agricultura, Antônio Flávio Camilo de Lima, o presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Antenor Nogueira, e outros membros das duas entidades.

Na continuação da reunião, às 14 horas, onde foi discutido o fim da vacinação contra a febre aftosa no Estado de Goiás, com a participação de membros da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), Associação Goiana de Suinocultores (AGS), Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). A definição caberá ao setor produtivo de carne definir.

Na reunião foram apresentadas as vantagens e desvantagens de Goiás pleitear o status de estado livre de aftosa sem vacinação. Suspender a vacinação aumentará a responsabilidade do Estado, mas também trará benefícios como economia para o produtor e ampliação do leque de possíveis mercados importadores da carne goiana, como por exemplo, os países do Continente Asiático, que não importam carnes de países que vacinam animais, sendo assim, abriria outro mercado internacional para exportação da carne goiana. Goiás exporta carnes para 60% do mercado mundial, restando ainda 40% do mercado para ser conquistado.

A respeito dos prós e contras do fim da vacinação o secretário Antônio Flávio Camilo de Lima comentou, "O fim da vacinação representaria uma oportunidade de acessos a mercados onde hoje não temos, poderá elevar a exportação goiana e do Brasil. Já em aspectos negativos, não poderíamos receber animais de outros estados, assim da mesma forma, animais que saírem do Estado, para exposições agropecuárias não poderiam retornar."

O status de área livre sem vacinação permite acesso a mercados que ainda têm restrições à carne fresca brasileira. São grandes compradores e pagam preços expressivos. A retirada da vacinação reconhecida pela OIE é um avanço e indica a esses mercados que a região não apresenta ameaça rotineira de contaminação, embora seja necessária a manutenção de uma vigilância ostensiva.

Além de fiscalização contínua, o status cria uma série de normas e obstáculos. Um deles é a impossibilidade de entrada de animais de outros estados em Goiás, o que cria certa dificuldade para o abastecimento do estoque de bezerros, criando assim, barreiras para o mercado interno e externo. Da mesma forma, animais que saírem do Estado, para exposições agropecuárias, por exemplo, não poderiam retornar.

Segundo o presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira, a providência a ser tomada é uma decisão do setor produtivo, e "não compete ao governo do Estado de Goiás querer ou não querer, compete a todas as entidades chegar numa opinião única de retirar ou não a vacina. Existem perdas e ganhos na retirada, precisa colocar na balança para ver que rumo governo de Goiás vai seguir", afirmou.

Atualmente, Santa Catarina é o único Estado brasileiro que tem o reconhecimento da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), como livre da doença sem vacinação. Além de Goiás, os demais Estados e o Distrito Federal são livres de aftosa com vacinação. A aspiração ocorre após um trabalho conjunto e intensivo de vacinação e fiscalização que teve início, há 19 anos, entre o governo do Estado, por parte da Agrodefesa, e o produtor goiano, e que abriu a possibilidade de pleitear o status. Para ter o certificado internacional de reconhecimento livre da aftosa, o Estado tem que apresentar o projeto ao Ministério da Agricultura para ser aprovado e reconhecido e posteriormente pela OIE.

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