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Seca compromete mais de 18% da safra de grãos do PR

Castigada pela seca, a produção de grãos na safra 2004/05 do PR deve chegar a 23 milhões de toneladas


Castigada pela seca, a produção de grãos na safra paranaense 2004/2005 deve chegar a 23 milhões de toneladas, 18,76% abaixo da previsão inicial de 30 milhões de toneladas. Soja, milho-safrinha e milho normal foram as culturas mais prejudicadas pela estiagem. Os dados são do último levantamento feito pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura (Seab), e foram divulgados ontem pelo Palácio Iguaçu.

A estimativa de perda na soja é de 3,13 milhões de toneladas (25,25%), no milho-safrinha de 1,04 milhão de toneladas (31,34%), e do milho normal, de 880 mil (11,87%), produtos que apresentam também as maiores perdas financeiras (R$ 1,54 bilhão com a soja e R$ 520 milhões com o milho). Segundo estimativa do secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, a renda bruta que deixará de circular no Paraná por conta da estiagem chega a R$ 2,33 bilhões, contra os R$ 2,11 bilhões anunciados no relatório de março.

A redução na produção de soja é responsável por 66% dessa projeção, ocupando o milho o segundo lugar, com 22%, e o restante (12%) é proveniente das demais culturas que também sofreram os efeitos da estiagem. Em contrataste com a safra passada, onde neste mesmo período 39,7% dos grãos de verão já estavam comercializados, na safra atual apenas 26,1% da produção foi vendida pelos produtores, de acordo com dados do Deral.

Segundo a Seab, essa retenção é conseqüência do baixo preço praticado no momento. Exemplo disso é a soja, que foi vendida a R$ 47 (a saca de 60 kg) em 2004 e agora está cotada em R$ 29. Situação crítica também atravessam os plantadores de algodão, que na safra passada venderam o produto a R$ 20 a arroba, e agora não conseguem mais que R$ 13 pela mesma quantidade.

A queda significativa no preço do algodão fez com que a Seab enviasse ofícios aos ministros da Fazenda, Antônio Palocci, da Agricultura, Roberto Rodrigues, e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, sugerindo a compra, através de AGFs (Aquisições do Governo Federal), de 10 mil toneladas do produto no Paraná.

O mesmo acontece com os produtores de farinha de mandioca, que também solicitam do Governo Federal medidas para amenizar a situação, uma vez que estão sem produzir por falta de preço. A saca, que hoje custa R$ 25, era vendida no início de 2004 a R$ 60. A intenção dos produtores é vender ao Governo Federal um milhão de sacas de farinha de mandioca, através de contrato de opção, ou compra direta do agricultor.

Compensação:

A estiagem também alterou a proporção entre as culturas de verão e inverno. Para compensar as perdas, o produtor demonstra especial interesse nas culturas de inverno, segundo estimativas de técnicos do Deral. Em março apostava-se que as culturas de inverno ocupariam aproximadamente 1,58 milhão de hectares, estimativa que em abril passou para mais de 1,69 milhão de hectares. O destaque ficou para o trigo, que apresentou uma elevação de 7,6% na intenção de plantio (1,27 milhão de hectare contra 1,18 milhão no mês passado).

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