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Seca na Argentina derruba safra de grãos e provoca rali de preços

Pior seca em décadas na Argentina está reduzindo a safra de grãos do país


A pior seca em décadas na Argentina está reduzindo a safra de grãos do país, jogando os preços das commodities para cima e forçando a Bunge e outros grandes processadores a esmagar menos oleaginosas para fabricação de rações que alimentam rebanhos ao redor do mundo.

A seca na Argentina, o terceiro exportador mundial de milho e soja, não acabou com um cenário de excesso de oferta global deixado por anos de safras abundantes, impulsionadas pelo bom clima e pelas culturas geneticamente modificadas.

Mas combinada com problemas de seca que ameaçam as culturas nos Estados das Planícies dos EUA e na África do Sul, as perdas na Argentina estão consumindo reservas globais e levando os compradores a acelerarem as compras.

Os agricultores do Meio-Oeste dos EUA estão lutando para vender grãos que ficaram armazenados durante meses para tirar proveito dos preços em alta em meio às dificuldades na Argentina.

“Você nunca deseja uma seca em outro país, mas às vezes é o que é preciso”, disse Rob Schaffer, produtor de milho e soja de Illinois, que está intensificando as vendas para aproveitar a subida dos preços dos EUA.“Isso tem sido praticamente um presente.”

A milhares de quilômetros de distância na cidade rural de Chivilcoy, na Argentina, o agricultor Bernardo Romano tem o ponto de vista oposto. Suas plantas de soja e milho estão apenas na metade do tamanho típico, sofrendo com a falta de chuva. As espigas de milho estão 70 por cento menores ante o normal, faltando cerca de um mês para o início da colheita.

“Isso vai ter um impacto muito grande na economia regional”, disse ele, acrescentando que os produtores pediam chuva para mitigar mais perdas nas culturas plantadas tardiamente.

As chuvas nesta fase de desenvolvimento ficaram em apenas um quarto do normal, disse Romano. No máximo, ele espera que sua soja produza um terço do seu rendimento médio.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires cortou em três milhões de toneladas a sua previsão de soja na quinta-feira, estimando agora uma produção um quarto menor que a do ano passado.

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