A quarta-feira foi de bastante chuva no Norte e no Nordeste. Mas a realidade não é igual em todas as regiões. Em Sergipe, a seca persiste e os criadores estão com dificuldade de alimentar o gado.
Já são seis meses de estiagem no sertão de Sergipe. A terra está seca, sem pastagens e sem lavouras. Também não há água nos riachos. A chuva, que começou há poucos dias, não alterou o cenário. O volume não chegou nem a metade da média esperada para os últimos dois meses.
O criador Júlio da Silva cumpre um ritual diário. Ele caminha quilômetros e nem sempre a água que encontra dá para matar a sede dos animais. "Vou andar uns 40 minutos até encontrar água”, disse.
Com a seca rigorosa, nem mesmo a ração oferecida ao gado é suficiente para engordar o rebanho. Em muitas propriedades, os animais estão magros e dezenas já morreram de fome.
O seu João Rodrigues perdeu 14 animais. Ele tenta matar a fome do rebanho com palma e bagaço de cana, mas o gado está magro. Muitos nem conseguem se sustentar. Sem forças, a vaca precisou de ajuda para dar a luz. Depois do parto, ela teve dificuldade para se levantar. "A gente se surpreendeu de nascer vivo por causa do sofrimento dela", falou.
O rebanho de dona Josefa Soares também sofre com a seca. Desidratados, os animais já não conseguem se levantar nem produzir leite. Na pequena propriedade, sete já morreram.
