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Sementes de caju guardadas há 20 anos germinam

As sementes foram conservadas em câmara fria a - 20°C


Foto: Verônica Freire

Pesquisadores das Embrapas Agroindústria (CE) e Recursos Genéticos (DF) fizeram uma importante descoberta sobre o cajueiro. Sementes guardadas há duas décadas tiveram potencial de germinação de 90%, contrariando o que se acreditava de que as sementes não resistiam por longos períodos.

A constatação é um importante passo para a conservação das espécies de cajueiro, uma vez que, as populações espontâneas vem caindo devido a ocupação de áreas pela agricultura e desmatamento. Com isso os pesquisadores acreditam que será possível conservar o potencial genético. A Embrapa é detentora do Banco de Germoplasma de Cajueiro, o BAG Caju, o maior e mais antigo banco dedicado à conservação da variabilidade genética do cajueiro do mundo. 

As sementes foram conservadas em câmara fria a - 20°C. Segundo a pesquisadora,  Ana Cecília Ribeiro de Castro, coordenadora do BAG Caju, as sementes de caju guardadas em temperatura ambiente se degradam em seis meses e como havia poucos estudos a respeito foi o impulso para a pesquisa. 

A cientista pondera ainda que embora represente uma boa alternativa, esse avanço não substitui a necessidade de manter as plantas clonadas no campo, porque o cajueiro é uma espécie alógama. Isso significa que sua fertilização é cruzada. Ou seja, uma semente apenas não carrega todas as características expressas na planta que a gerou. “Se pego sementes no campo aleatoriamente, vou ter árvores diferentes, em termos de fenótipo. Para representar uma planta no BAG serão necessárias muitas sementes, ou simplesmente obtê-la por clonagem”, explica. 

Atualmente, no estado do Ceará, o cajueiro-anão responde por 56% da produção de castanha, ocupando cerca de 34% da área dedicada à cultura do caju, conforme o IBGE. A produtividade média do cajueiro-anão, em 2019, também no Ceará, foi de 528 kg por hectare/ano. E a do cajueiro comum, de 222 kg por hectare/ano (IBGE, 2020). Embora produzindo mais do que o dobro, a produtividade do cajueiro-anão é considerada baixa para o potencial da cultura.

*com informações da Embrapa
 

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