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Seminário discute o controle do carrapato e da Tristeza Parasitária Bovina

Os problemas causados pelo carrapato estão entre as principais perdas econômicas da pecuária no Rio Grande do Sul.


Os problemas causados pelo carrapato estão entre as principais perdas econômicas da pecuária no Rio Grande do Sul. Para discutir estratégias de combate ao parasita, foi realizado na última quarta-feira (01/06) o seminário "Carrapatos e Tristeza Parasitária Bovina: Desafios para o Controle", na sede da Associação e Sindicato Rural de Bagé (RS). No evento também foi lançado o livro "Carrapatos – Protocolos e Técnicas para Estudo". O evento foi promovido pela Embrapa (Pecuária Sul e Gado de Corte), Associação e Sindicato Rural de Bagé e Biogéneses Bagó.

Na abertura do seminário, o presidente da Associação Rural, Rodrigo Borba Moglia, ressaltou que é necessário buscar ferramentas eficientes para o controle do carrapato, ajudando a diminuir as perdas causadas pelo parasita. Moglia salientou ainda que foi formado um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria Estadual de Agricultura para definir políticas públicas para o controle do carrapato. Fazem parte desse grupo instituições de pesquisa, como a Embrapa Pecuária Sul, a vigilância sanitária e também representantes dos produtores rurais.

Um dos palestrantes do seminário foi um dos coordenadores do livro, o pesquisador da Embrapa Gado de Corte Renato Andreotti. Segundo ele, a publicação tem por objetivo contribuir e dar subsídios para pesquisadores e estudantes em trabalhos relacionados ao carrapato. Na obra são apresentadas as principais técnicas e protocolos já existentes para o estudo do parasita. O pesquisador ressaltou que a obra é uma continuidade de outra publicação, o livro Carrapatos no Brasil – Biologia, Controle e Doenças Transmitidas. "O objetivo desses trabalhos é organizar e disseminar informações já existentes, contribuindo para o aprofundamento de estudos e pesquisas sobre o tema", afirmou. As obras estão sendo distribuídas gratuitamente para universidades, centros de pesquisa e instituições de pesquisa.

Já a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul Emanuelle Baldo Gaspar apresentou a palestra "Vacina contra a Tristeza Parasitária Bovina – Estado da Arte". Segundo a pesquisadora, fazer vacinas contra parasitas é um processo muito difícil, tanto para humanos como para animais, por isso que existem poucas disponíveis no mercado. Emanuelle relatou que a única vacina para TPB aprovada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é feita a partir de sangue de animais controladamente contaminados, que era produzida pelo Instituto Desidério Finamor. Porém, o Mapa descredenciou a instituição para esta finalidade. "Estas vacinas, chamadas de vivas atenuadas, são feitas de forma quase artesanal, não tem eficiência total e podem também trazer alguns riscos na sua aplicação".

Outro tema abordado foi a resistência a acaricidas em bovinos, apresentado pela pesquisadora Claudia Gulias Gomes. A pesquisadora ressaltou que nos últimos anos não foram lançados novos princípios químicos para o combate ao carrapato. "O uso durante muito tempo dos princípios existentes e, além disso, o uso incorreto, levou a um aumento da resistência dos animais", disse Claudia. Por isso, salientou a pesquisadora, é preciso uma mudança de mentalidade do produtor, com um uso mais planejado e estratégico dos acaricidas de forma a diminuir ou retardar o aparecimento da resistência nos rebanhos. 

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