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Seminário discute produtividade do milho no RS

Produtores, técnicos e pesquisadores participaram de evento em Canguçu (RS)


A busca pelo aumento da produtividade média das lavouras de milho da Zona Sul levou, hoje (14), quase 400 produtores, técnicos, pesquisadores e representantes de entidades parceiras a lotarem o Centro de Convenções Centro de Qualificação Profissional de Produtores de Canguçu (Cetac). O Seminário marca o lançamento da Campanha Regional Colha Mais Milho, desenvolvida pela Emater/RS-Ascar, Embrapa Clima Temperado e Danby Cosulati, juntamente com entidades parceiras.

A Campanha deve se estender por pelo menos cinco anos e vai abranger os 21 municípios da região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas. A meta é, com a aplicação de tecnologias disponíveis, igualar a produtividade média da região à estadual, sem ampliar a área de cultivo. Para o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Lair Corrêa, esta ação terá um impacto significativo nas pequenas propriedades. “A qualidade de vida da família rural é muito superior se ela tem uma boa produtividade de milho”, afirmou.

O produtor Nei Veiga, de Canguçu, é exemplo disso. Durante o Seminário ele apresentou os resultados da lavoura demonstrativa implantada em sua propriedade, que atingiu a produtividade média de 100 sacas por hectare, número muito superior a média de 30 sacas que ele obtinha antes da implementação da Unidade Demonstrativa. “Eu estava pessimista porque sempre colhi pouco, mas a orientação correta deu resultado”, contou. “Pretendo agora seguir caminhando em frente para produzir cada vez mais e com mais qualidade”, acrescentou.

Para que o resultado obtido por Veiga se estenda a outros agricultores - o grão é cultivado em 100% das propriedades de agricultura familiar da região -, a Campanha prevê uma série de ações, como capacitação sobre tecnologias para a cultura do milho, implantação das Unidades Demonstrativas (UDs), capacitações em armazenamento de milho, divulgação das UDs e encontros entre produtores, extensionistas e pesquisadores de milho, além da realização do Seminário Regional, que possibilitou a apresentação dos resultados das UDs já implantadas e uma discussão sobre as técnicas para aumentar a qualidade e a produtividade do grão.

O professor da Universidade Federal de Pelotas, Paulo Régis da Silva, falou sobre o manejo adequado do solo e da cultura do milho. Ele apresentou os principais fatores que interferem na produtividade da cultura e a importância da combinação favorável entre potencial genético, ambiente adequado e manejo correto. Após o almoço, o extensionista da Emater/RS-Ascar, Géverson dos Santos, falou sobre a colheita, secagem e armazenagem do grão, e o gerente da Fábrica de Rações da Cosulati, Eduardo Franchini, abordou a qualidade e a comercialização do grão.

Neste aspecto, o aumento da produtividade da cultura pode resultar num acréscimo de renda para o produtor, já que existe mercado comprador potencial, como explicou o vice-presidente da Cosulati, Milton Leal Fernandes. “A Cosulati consome praticamente todo o milho que a região produz, mas ainda precisa buscar em outras regiões e estados. Apenas até a metade deste ano já foram gastos R$ 3,3 milhões na compra do produto, valor que poderia ficar na região”, avalia. Ao todo 80% do milho consumido pela Cooperativa vem de fora.

Além da questão comercial, o acréscimo na produção é importante tendo em vista a diversidade de uso do milho, que é o principal alimento fornecido às criações existentes nas propriedades, pode ser empregado na alimentação da família e seus subprodutos, como a palha, podem ser utilizados como matéria-prima na produção de artesanato. “A Campanha Colha Mais Milho é muito importante para a região, devido à relevância da cultura do milho e da diversidade de seu uso, contribuindo com o aumento da produção, da produtividade e da qualidade do produto”, destacou o Chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Waldyr Stumpf Junior.

Sacolas - Os participantes do Seminário foram presenteados com sacolas retornáveis de tecido, produzidas pela Associação Comunitária Remanescente de Quilombo do Moçambique, do Rincão do Progresso, em Canguçu. Em dezembro o grupo recebeu uma máquina de costura industrial, uma overloque e outra de cortar tecido por meio de um projeto da Sulgás, Emater/RS-Ascar e Secretaria de Justiça e Desenvolvimento Social. A confecção das 400 sacolas para distribuição no evento foi o primeiro pedido volumoso feito ao grupo após o repasse do equipamento. “Recebemos a oportunidade de fazer estas sacolas e ficamos muito contentes, porque é uma oportunidade de geração de renda para a comunidade”, comentou a presidente da Associação, Maria Conceição da Rosa. A expectativa é que, a partir de agora, as encomendas se multipliquem. As informações são de assessoria de imprensa.

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